Início Cultura Praça é dos livros a partir desta quinta

Praça é dos livros a partir desta quinta

Abertura oficial da 33ª Feira do Livro será às 19 horas com a presença da patrona Letícia Wierzchowski

Foto: Ana Souza

Luciana Mandler
[email protected]

Depois de dois anos, a Praça Getúlio Vargas volta a ser palco da literatura nesta quinta-feira, 1º de setembro. Ao longo do dia o público já poderá conferir os atrativos da 33ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, cuja abertura oficial será às 19 horas no palco principal, com a presença da patrona Letícia Wierzchowski – escritora e roteirista, conhecida nacionalmente pelo romance “A Casa das Sete Mulheres” – e da personalidade incentivadora da leitura, a professora Márcia Susana Simon. O evento tem ainda como homenageado o escritor e professor Demétrio de Azeredo Soster.

Ana Souza
Estruturas das bancas já transformam a praça e dão forma à feira


Às 8h30 ocorre a abertura das bancas, enquanto às 9 horas terá a palestra “Remando nas Rimas”, com o escritor Jairo Luiza de Souza. Às 10 horas, teatro infantil “As Fabulosas Fábulas de Fastus, o Bardo”, com o grupo Inspirados. Logo após, escolas farão apresentações culturais. Às 13h30, animação cultural com o grupo Vivandeiros da Alegria. Às 14h30, apresentação do grupo de canto da Maturidade Ativa do Sesc, seguida de teatro infantil e apresentações culturais de escolas. Às 16 horas, performance literária com Vivandeiros da Alegria.


Após o ato de abertura oficial, à noite, haverá show musical com a Santa Cruz Filarmonia. Com o tema “Eu Amo Ler”, a 33ª Feira do Livro se estenderá até o dia 7 de setembro, onde o público poderá conferir apresentações teatrais e musicais, lançamentos de livros, palestras, contação de histórias e comércio de livros, além de espaços especiais.

A leitura impulsiona e transforma

Arquivo Pessoal
Márcia Susana Simon

Márcia Susana Simon é professora e neste ano é a personalidade incentivadora da leitura da 33ª Feira do Livro. Para ela, ler impulsiona e transforma de forma positiva a vida. “Quem lê passa a ver melhor a si mesmo e o mundo com outros olhos, olhos mais críticos, sensíveis e propensos a contribuir para o bem do coletivo”, avalia.


Por ser motivadora da leitura, ela acredita que os professores e as famílias têm papel fundamental nesse estímulo. “Ambos, ao viverem a paixão pela leitura, conseguem transmitir esse amor aos seus alunos e filhos”, aposta. “Eu costumava ler livros em forma de novela nas minhas turmas, ou seja, cada aula acontecia a leitura de um capítulo ou trecho do livro. Assim, através da minha voz e da emoção que colocava na leitura, meus alunos liam através de mim e eram motivados a gostar de ler”, recorda.


Além disso, Márcia sempre procurou fazer trocas e sugerir livros, dando destaque aos autores, pois acredita que o diálogo e o despertar da curiosidade para os livros seja outro fator fundamental para formar leitores. “Por diversos anos, desenvolvi dois projetos na área da leitura: a escrita dos diários focados na aprendizagem e a criação de livros de crônicas, onde os estudantes seguiam cronistas”, revela.


Formada em Letras Português/ Inglês, Márcia trabalhou mais de 30 anos em escolas públicas municipais de Santa Cruz do Sul. Embora não tenha livro publicado, possui alguns registros em forma de diários.

Ler torna a vida mais interessante

Arquivo Pessoal
Demétrio de Azeredo Soster

O jornalista e professor universitário Demétrio de Azeredo Soster é o escritor homenageado da 33ª Feira do Livro. Natural de Porto Alegre, soma 13 livros de sua autoria publicados e outros 15 técnicos organizados por ele. As obras mais recentes são “O sonho da sombra” (poesia) e “Operação Campos de Cima da Serra” (narrativas de viagem), ambos pela Editora Catarse.


Ele se diz muito feliz e lisonjeado por ter sido escolhido como homenageado. “Não é todo o dia que somos homenageados, os escritores, por uma das feiras do livro mais importantes do País, caso da nossa feira. Em especial depois de quase três anos de pandemia e isolamento”, destaca Demétrio. “É um momento extremamente gratificante, pois, na verdade, quem é homenageado é a obra, são os livros, o que nos torna, objetivamente falando, escritores”, completa.


Como escritor homenageado, impossível não falar sobre a importância e estímulo à leitura. Para Demétrio, ela representa uma forma imensamente rica e prazerosa de compreender mais e melhor o mundo em que vivemos. “Podemos dizer, de certa forma, que ler torna a vida mais interessante. Em assim o sendo, sempre que lemos um livro, o mundo melhora de certa forma”, reflete.


Ainda segundo o professor, “nos tornamos melhores seres humanos à medida que lemos e que incentivamos as pessoas a lerem”. “Por meio dos livros, nos reconhecemos em essência, com nossas virtudes e defeitos, e percebemos, dessa forma, a imensidão do mundo em que vivemos”, acredita.

Boca Migotto lança livro sobre cinema gaúcho

Patrícia Larentis
Boca Migotto

O cineasta Boca Migotto apresenta neste sábado, 3, a partir das 15 horas, o livro “Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre ou Como o cinema imagina a capital dos gaúchos” (Editora Pragmatha, 521 páginas) na Feira do Livro de Santa Cruz. A obra, em forma de grande ensaio, é uma adaptação simplificada da tese intitulada “A Clube Silêncio e um tal cinema gaúcho de Porto Alegre”, realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Ufrgs.

Divulgação


Escrito na capital gaúcha, em Paris e em Bento Gonçalves entre 2019 e 2022, o livro de Boca Migotto tem sua versão literária elaborada sem a rigidez acadêmica, focada no cinema urbano feito em Porto Alegre. A publicação também poderá ser adquirida on-line pelas redes sociais do autor.


Segundo a professora Miriam Rossini, orientadora de Boca no doutorado, a obra aborda a história da capital e do cinema, estética, processos de produção audiovisual, memória e narrativa oral. “O autor nos leva a perceber não apenas o cinema com novos olhos, mas também a história da cidade num amplo aspecto de história da cultura”, avalia. “É um livro que, como todas as boas histórias, trama de tudo um pouco para que, ao final, a gente se surpreenda olhando com novos olhos muitos dos fatos, dos aspectos que já conhecíamos, mas percebendo, por suas entrelinhas, ligações inusitadas”, reforça.


O segundo texto de apresentação da obra tem assinatura do premiado diretor de fotografia gaúcho Bruno Polidoro, parceiro do pesquisador em diversos projetos. “Essa carta que o Boca nos escreve é íntima e densa, e é também um mapa que pode ser lido de diversos lados, pois todos os caminhos estão interligados. Depende de nós escolher por onde começar e recomeçar, pois essa história está sempre fluindo com o nosso contemporâneo”, destaca.


Para o autor, nascido em Carlos Barbosa e que construiu carreira na Região Metropolitana de Porto Alegre, além de se debruçar sobre o Rio Grande do Sul, o estudo também é sobre o Brasil e a América Latina. “Muita coisa? Pode ser, mas, neste livro, coube até um pouco da França e da própria história do cinema mundial. Afinal, o cinema não tem pátria, não tem fronteiras”, define Boca.


Recentemente, o realizador esteve envolvido com as filmagens de “A Próxima Estação de Tabajara Ruas”, documentário comemorativo aos 80 anos do escritor e cineasta, que estreou em 9 de agosto de 2022. No ano que vem, Boca Migotto ainda deve lançar o documentário longa-metragem homônimo ao livro, produzido paralelamente à tese e à publicação.

Menino de 8 anos lança primeiro livro

Divulgação
Jovem escritor Vicente Melchior Landim

A magia da literatura é sempre especial e, quando se desenvolve desde cedo, se torna ainda mais marcante. O pequeno Vicente Melchior Landim, de Santa Cruz do Sul, estudante da Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira, adora ler e escrever suas próprias histórias. Uma delas está ganhando vida em seu primeiro livro, ilustrado por ele mesmo.


“Meu amigo monstro” (Editora Vírtua, 16 páginas, R$ 15,00) conta a história de um menino que conhece um monstro e com ele constrói uma bela amizade que supera todas as diferenças entre eles. A obra estará à venda na 33ª Feira do Livro de Santa Cruz junto ao autor e no estande da Livraria Zum.


O pequeno escritor está muito empolgado com o momento. “Minha expectativa é que meu livro desperte a atenção das pessoas e que elas gostem da leitura. Eu gosto de escrever sobre pessoas da família, sobre os meus bichinhos de estimação e sobre personagens que eu crio com a minha imaginação, e pretendo continuar escrevendo e criando novas histórias para o público viajar na leitura”, planeja Vicente.

A poesia inquietante de Mauro Ulrich

Mauro Ulrich

Poesia concreta, que preenche o papel com palavras, formas, sentimentos. Versos mutantes, metamorfos, que mexem com a imaginação. Assim se pode definir (ou tentar) o trabalho do poeta e jornalista Mauro Ulrich, um andarilho – como ele próprio se define – radicado em Santa Cruz do Sul. Seu novo livro, “Stupidman” (Editora Vírtua, 208 páginas), será apresentado ao público nesta Feira do Livro, no sábado, 3, às 15h30.


Ilustrado por Adão Iturrusgarai na capa e no interior, a obra contém poemas carregados da inquietude que Mauro desperta nos leitores, com novos olhares sobre coisas do cotidiano. “Stupidman” encerra uma trilogia de livros de poesia com títulos em inglês, integrada também por “Cellophane Flowers”, de 2011, e “Sleeping Bag”, de 2015, ambos publicados pela Editora Gazeta. Em 2015, ele foi o escritor homenageado da Feira do Livro de Santa Cruz do Sul.


Em sua estreia pela Editora Vírtua, de Caxias do Sul, em “Stupidman” o autor viaja entre inspirações em situações vividas por ele mesmo, situações do cotidiano, amores, amizades, lembranças, primando por fazer do papel um palco para suas reflexões e sentimentos. Palavras e versos são compostos de maneira a gerar formas e estilos peculiares.
Em 2021, Mauro Ulrich foi agraciado com o prêmio Trajetórias Culturais. Ele é membro-fundador da Academia de Letras de Santa Cruz do Sul, integrante honorário da Academia Cachoeirense de Letras e editor-chefe e proprietário do jornal literário Sarau, da MAU Publicações.

Encontro de escritores movimenta a feira no sábado

Um dos maiores atrativos da Feira do Livro é o grande número de lançamentos de livros de autores da Região dos Vales e da Serra Gaúcha, o que mostra todo o potencial literário gaúcho. Uma amostra deste cenário positivo estará no evento “Convergência Literária”, organizado pela Editora Vírtua, de Caxias do Sul, que ocorrerá no ambiente da feira no sábado, 3, às 18 horas. Com o lema “Todas as letras levam aos livros”, a iniciativa visa destacar o significativo volume de produção dos autores locais mesmo em meio aos rápidos e constantes avanços tecnológicos nas comunicações eletrônicas.


Treze escritores participarão do encontro. De Santa Cruz do Sul, estarão presentes Dulci Alma Hohgraefe, Mauro Ulrich, Roni Ferreira Nunes, Edison Botelho e Marcio Vinícius Scheibler, e a revisora Ligia Hertzer. De Rio Pardo, Júlio Frederico Voese, De Venâncio Aires, Jair Luiz Pereira, Vitor Vogt, Ana Julia Riedel e Rosmeri Menzel. De Lajeado, Graziela C. Ely. De Caxias do Sul, Leandro Angonese fecha o time de participantes.


O evento contará com a mediação do jornalista santa-cruzense Rafael Augusto Machado, proprietário da Editora Vírtua. Os autores falarão sobre suas produções e os desafios de fazer literatura impressa em tempos de domínio das redes sociais e publicações eletrônicas. O público poderá participar com perguntas ou depoimentos sobre suas experiências com a leitura.