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Por que gostamos de cães

Vira e mexe, lemos histórias que corroboram que os cães são considerados parte da família. Semana passada, li mais uma. A gaúcha Stephanie da Silva e seu marido Fabrício foram acordados de madrugada pelo vira-lata de estimação da família que empurrava a porta do quarto para avisar que a água estava entrando na casa. “Não fosse o Nego, nossa filha Thainá, que estava no berço, poderia ter morrido na enxurrada”, relatou a mãe, emocionada.

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Quando eu era criança, meus pais tinham um cachorro chamado Tupã. Bicho bravo! Feroz! Nenhuma criança deveria interagir com o Tupã sem a supervisão de um adulto. Um dia eu resolvi engatinhar até o prato dele e comer sua ração. Meus pais contam que o animal olhava com cara de espanto enquanto eu pegava um punhado do alimento e colocava na boca. Deve ter pensado: “Que moleque corajoso!”.

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Após o nascimento do Leonardo, minha irmã Jane – que é deficiente auditiva – passou noites em claro com receio de o menino precisar dela e ela não escutar. Ser mãe de primeira viagem já não é fácil. Surda então…

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Durante o dia, quando Leo abria o berro para comunicar sua sensação de mal-estar, a cachorrinha Pituxa, da raça cocker, corria até onde Jane estava, cutucava sua perna com o focinho e latia para avisá-la que o bebê estava chorando. E se algo inesperado acontecesse em casa, e Jane precisasse avisar o marido Guilherme no trabalho, ela discava o número do telefone e colocava na orelha da Pituxa. Se a cachorrinha levantasse as orelhas e abanasse o rabo é porque havia reconhecido a voz do dono. Jane podia então dar seu recado. Incrível!

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Mas qual é a explicação para essa relação cão-humano? Segundo estudo de pesquisadores da Universidade Azabu, no Japão, a resposta pode estar em uma substância produzida quando estamos perto de quem gostamos muito: a ocitocina, popularmente conhecida como “hormônio do amor”. Por exemplo, quando o bebê fixa o olhar diretamente nos olhos da mãe, os níveis de ocitocina no cérebro dela aumentam, reforçando a ligação dos dois. O mesmo acontece com cães e humanos: o olhar compartilhado promove a liberação do “hormônio do amor” em ambos. Será que é só por isso que eu e meu shih tzu Pipo somos apaixonados um pelo outro?