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Polícia Federal é uma das instituições mais confiáveis do País

Reconhecimento vem da imparcialidade e trabalho técnico

Luciana mandler
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Elton Roberto Manske, 52 anos, atua há 24 anos como delegado. Foto: Tiago Garcia

Nesta segunda-feira, 16, é comemorado o Dia do Policial Federal. A data foi instituída em 1989, através do Decreto nº 98.380, e reiterada em 2004 por meio do Decreto 5.279. Os policiais federais são homens e mulheres que doam grande parte de suas vidas, abdicando muitas vezes da convivência social e familiar, lutando diariamente em prol de uma sociedade mais livre e justa. Como forma de homenagear e reconhecer o importante trabalho prestado por estas pessoas, o Riovale Jornal entrevistou o delegado-chefe da Delegacia de Polícia Federal de Santa Cruz do Sul, Elton Roberto Manske.


Atuando há 24 anos na Polícia Federal como delegado, Manske já exerceu algumas funções importantes dentro da instituição, inclusive tendo ocupado todas as funções em nível estadual, além de ter sido diretor de Inteligência durante a Operação Lava Jato, em Brasília.


Apesar de ter nascido em Sobradinho, foi no interior de Nova Palma que cresceu. Elton Manske se formou em 1992, em Direito, pela antiga Fisc – atual Unisc. Na época, trabalhava no Banco Real e fazia faculdade. Desde então estava decidido que faria concurso, seja para promotor, juiz ou delegado. O que o motivou foi ter um irmão promotor. “Em 93 surgiu o concurso da Polícia Federal. Fui passando nas etapas (ao todo eram quatro) e decidi ficar”, recorda. Em 96 assumiu então o cargo, iniciado em Santa Vitória do Palmar. Depois, exerceu a função em Santa Maria, Santa Cruz do Sul. Após estar cinco anos afastado da “Terra da Oktoberfest”, há um ano e meio retornou por gostar do Município.


Desde que iniciou a carreira na Polícia Federal, Manske reforça que muita coisa evoluiu. “Naquela época as condições eram mais precárias. Embora hoje não esteja nas condições ideais já melhorou muito”, frisa. Está melhor no que se refere a recursos humanos – qualificação – e de materiais.


Para o delegado Elton Roberto Manske, de 52 anos, a Polícia Federal como qualquer instituição só existe em razão de seus servidores. “Quem faz a imagem do órgão Polícia Federal são os servidores”, avalia. “A PF é composta por homens e mulheres, que grande parte de suas vidas se dedicaram para a polícia. Muitas vezes afastados da vida social, familiar, trabalhando sem dia e sem horário. São homens e mulheres, policiais 24 horas”, complementa. “Fazemos isso porque temos a consciência, temos um papel na sociedade brasileira e no País. Todos têm este compromisso. A instituição é forte em razão dos integrantes”, finaliza.


Mas salienta que para que todos os integrantes da Polícia Federal produzam e se engajem é preciso reconhecimento. Ter salários em dia, condições de trabalho, instrumentos de trabalho, pois é isso tudo que motiva o policial. Instiga a procurar coisas erradas e tentar corrigi-las. “A Polícia Federal previne a prática de crimes pela sua atuação, assim como reprime com autuações”, explica.


A Delegacia de Polícia Federal de Santa Cruz tem uma área de circunscrição que corresponde a 57 municípios. Porém, seus policiais atuam em todo País. Atualmente, conta com três delegados e os inquéritos são divididos por matérias.


Embora possa se aposentar aos 55 anos, o delegado Manske não se vê largando a função tão cedo. Mas adianta que pretende encerrar a carreira em Santa Cruz, de onde não quer mais sair. “Gosto daqui. É uma cidade de tamanho bom, bem localizada e organizada, onde embora exista a criminalidade, está sob controle. É uma cidade boa para ficar”, destaca.

ATRIBUIÇÕES

A Polícia Federal tem inúmeras atribuições, estando dividida entre polícia administrativa e polícia jurídica. Na polícia administrativa, atende questões de passaporte, estrangeiros – imigração, segurança privada, produtos químicos, armas. Na polícia jurídica é onde são apurados crimes que têm interesse direto da União, relacionados a recursos públicos, como fraldes contra Previdência, contra Caixa Econômica Federal, entre outros.

Momento de protagonismo

A Operação Lava Jato, sem dúvida impulsionou a imagem da Polícia Federal, que sempre trabalhou de forma técnica, imparcial e apartidária, de acordo com o delegado Manske. “Se desvendou do País toda uma corrupção, desvio de recursos público sem precedentes”, reflete. A Lava Jato ajudou a PF a desfrutar deste reconhecimento que tem em nível nacional como uma das instituições mais confiáveis, em razão dessa imparcialidade. Segundo Manske, embora vinculada ao Ministério da Justiça, a Polícia Federal tem autonomia administrativa, técnica.


Na região, a Operação Camilo, que foi desencadeada este ano e houve respaldo, e que em tese se comprovou foi o desvio de recursos público na Prefeitura de Rio Pardo, se destacou entre as ações da PF. Na semana passada, a Operação da Facção Os Manos também teve uma proporção maior e contou com a participação de dois policiais federais de Santa Cruz. “A Polícia Federal é única. Nossos policiais atuam aqui e fora, e quando precisamos temos reforços de fora também”, explica.


Nas operações realizadas sempre se busca ressarcir o prejuízo. No entanto, conforme o delegado Elton Manske, não há como estimar o percentual recuperado, mas afirma que o número sempre é inferior ao desvio.

ELEIÇÕES

Em um momento de disputa eleitoral, Manske aproveitou para falar sobre o acompanhamento das eleições. Sabendo que nos municípios pequenos a disputa é mais acirrada em virtude de interesses maiores, tem se acompanhado mais de perto. Durante toda a semana até à noite de sábado, 14, equipes se deslocaram até alguns municípios de forma ostensiva e velada para mostrar presença, bem como obter informações que possam ser úteis caso seja necessário a instauração de inquérito posterior.


Sabemos que nos municípios pequenos a disputa é muito acirrada, os interesses são muito intensos, porque muita gente depende da Prefeitura, então é bem acirrada. Temos acompanhado todos os fatos e essa semana toda até sábado de noite, todos os dias, equipes têm ido para alguns municípios de forma ostensiva ou de forma velada. Além disso, neste ano, a Polícia Federal contou com mais uma ferramenta importante: o drone, que auxiliou no acompanhamento do pleito eleitoral.