No Rio Grande do Sul, a colheita, o transporte e a comercialização do pinhão estão liberados desde 15 de abril, conforme estabelece a portaria normativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), a DC-20. A normativa também proíbe o corte de exemplares de Araucaria angustifolia nativas, portadoras de pinhas entre abril e junho.
De acordo como o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), na última quinta, 30, o objetivo de estabelecer uma data para início da colheita e do comércio é permitir a plena maturação das pinhas e a sua debulha natural de forma a proteger a reprodução dos pinheiros e garantir a alimentação da fauna. O corte das araucárias somente é autorizado por motivo de riscos pessoais ou materiais, de interesse social ou utilidade pública, para construções em áreas urbanas consolidadas e de árvores oriundas de reflorestamento.
O pinhão é importante na formação da renda e mesmo no sustento para unidades de produção familiares que trabalham com o extrativismo do produto. A comercialização se restringe basicamente aos meses de produção, que se concentra no período de abril a junho. Na cadeia produtiva do pinhão, ainda se observam poucas iniciativas de beneficiamento, industrialização e armazenamento.
A safra prevista para este ano será menor em comparação à do ano passado, que também já apresentou quebra. Tal redução está influenciada pelas condições climáticas desfavoráveis, em especial, o clima seco no período de desenvolvimento do pinhão. De acordo com os dados levantados pela Emater/RS-Ascar, há uma variação neste índice de quebra que varia de 20% a 60% em relação à safra passada, o que mostra uma correlação com as condições climáticas tendo em vista que estas também variam de um município para o outro e de forma mais expressiva de uma região para outra. Apesar de tais diferenças geográficas, pinhas e pinhões que vêm sendo colhidos apresentam boa qualidade e sanidade.