A economia do Rio Grande do Sul manteve no primeiro trimestre de 2021 a trajetória de alta e registrou crescimento de 4% na comparação com os últimos três meses de 2020. Os desempenhos da Agropecuária (+35,7%) e da Indústria (+3,8%) no período puxaram o resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o setor de Serviços teve variação positiva de 0,4%. O Brasil teve alta de 1,2% na mesma base de comparação entre janeiro e março. Os resultados do PIB do RS foram divulgados em videoconferência nesta quinta-feira, 10, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
De acordo com o governador Eduardo Leite, os números são promissores e mostram uma clara perspectiva de melhora, mas ainda há muito a ser superado. “Os indicadores do PIB, somados às ações que estamos promovendo desde o início da nossa gestão, como a Reforma Administrativa, a Tributária, as privatizações e as concessões, entre outras tantas, demonstram que fizemos as escolhas certas. Estamos no caminho para a retomada do desenvolvimento que o Estado e a população tanto esperam de nós. A confiança também tem enorme relevância para a superação das perdas econômicas provocadas pela pandemia”, completou.
Na Indústria, o segmento com a maior taxa de crescimento foi o de Eletricidade e gás, água e limpeza urbana (11,1%), seguido da Indústria de transformação (+4,7%) – a mais representativa do Rio Grande do Sul – e da Indústria extrativa mineral (+1,4%). Nos Serviços, cinco das sete atividades registraram alta, com destaque para o segmento de Intermediação financeira e seguros (+3%), Serviços de informação (+1,7%) e Outros serviços (+0,6%).
Quando a base de comparação é o mesmo período de 2020, a alta na economia do Estado no primeiro trimestre chega a 5,5%, desempenho superior ao registrado no país (+1%).
“É um resultado bastante positivo, mas cabe ressaltar que ainda há muito caminho a ser percorrido. Os números do Estado demonstram uma recuperação significativa e um patamar próximo ao período pré-pandemia. A expectativa é que sigamos crescendo, o PIB do segundo trimestre deve confirmar isso”, destacou o titular da SPGG, Claudio Gastal.
“Em 2020 tivemos o impacto da estiagem no primeiro trimestre e, a partir de março, a pandemia afetou todos os setores de forma muito intensa. A sequência de três altas seguidas do PIB na comparação com os trimestres anteriores demonstra uma tendência de recuperação efetiva da atividade econômica no Rio Grande do Sul”, afirma a pesquisadora do DEE/SPGG e coordenadora da Divisão de Análise Econômica, Vanessa Sulzbach.
1º tri 2021 x 1º tri 2020
Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, a recuperação da Agropecuária, que sofreu com os impactos da forte estiagem no começo do ano passado, está entre os destaques. O setor apresentou variação positiva de 42,2%, fruto do aumento da produção nas culturas de soja (+74%), uva (+29,2%), fumo (+20,6%) e milho (+5,2%). Entre as principais culturas agrícolas do Estado, o arroz apresentou resultado semelhante ao do ano anterior (-0,8%).
Na Indústria, a alta em relação a igual período de 2020 foi de 10,5%, acima do avanço de 3% no Brasil. Entre as atividades do setor, o principal ganho foi na Indústria de transformação (+15,3%), que teve nos segmentos de Máquinas e equipamentos (+55,9%), Produtos de metal (+33,8%), Produtos do fumo (+29,5%) e Móveis (+22,5%) os percentuais de alta mais elevados. Ainda na Indústria de transformação, as atividades ligadas aos Produtos derivados de petróleo (-6,7%), veículos automotores (-5,2%) e produtos alimentícios (-1,3%) tiveram desempenho negativo.
O setor de Serviços foi o único a registrar queda na comparação com os três primeiros meses do ano passado (-2,4%), abaixo do resultado nacional (-0,8%). Os desempenhos de Outros serviços (-5,9%) e do Comércio (-2%) puxaram a baixa, enquanto os Serviços de informação (+2,9%), as Atividades imobiliárias (+1,8%) e Intermediação financeira e seguros (+1,6%) minimizaram a queda geral.
Considerando apenas o Comércio, duas das 10 atividades apresentaram crescimento: Material de construção (+24,3%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (18,8%). Os demais segmentos registraram queda, entre eles o de Hipermercados e supermercados (-6,9%), Combustíveis e lubrificantes (-22,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-51,1%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-33,7%).
No acumulado em quatro trimestres, o PIB do Rio Grande do Sul registrou variação de -4,9%, abaixo do desempenho do país (-3,8%). No quarto trimestre de 2020, o resultado acumulado no Estado era de -7%.
“Com os resultados do primeiro trimestre de 2021, a economia gaúcha recuperou o nível de produção que registrara antes da pandemia, no quarto trimestre de 2019. Atualmente, o nível encontra-se em patamar semelhante à produção de 2014, o que é uma boa notícia para a economia gaúcha”, aponta Vanessa Sulzbach.