A partir desta sexta-feira, 4, o estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Rio Grande do Sul (Epicovid19-RS) inicia a oitava etapa de entrevistas e testes rápidos para o coronavírus em nove cidades gaúchas. Os dados mais recentes, divulgados há duas semanas, estimam que mais de 139 mil pessoas já tenham sido infectadas – o que equivale a uma a cada 82 habitantes.
Além disso, a pesquisa apontou que a ampliação da testagem no Estado reduziu a quantidade de casos não notificados pelas estatísticas oficiais. Para cada caso real de infecção, a pesquisa estima que exista 1,4 não registrado oficialmente.
Encomendada pelo governo do Estado com o objetivo de mapear os casos de coronavírus na população gaúcha e avaliar a velocidade de disseminação do contágio ao longo do tempo, a pesquisa é coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Até a próxima segunda-feira, 7, entrevistadores do estudo irão de casa em casa para realizar um total de 4.500 testes rápidos com moradores das cidades de Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul.
“É o único estudo populacional no mundo a fazer esse levantamento oito vezes nas mesmas cidades. À medida que coletamos novos dados, podemos observar a tendência de comportamento do coronavírus nas diferentes regiões. São informações fundamentais para subsidiar estratégias de enfrentamento da pandemia”, diz a epidemiologista Mariângela Silveira, que integra a coordenação do estudo na UFPel.
Para realizar as entrevistas e testes rápidos, entrevistadores da pesquisa irão visitar 500 domicílios por cidade. Ao todo, são 4,5 mil participantes da amostra. A seleção das residências e dos moradores que irão fazer o teste para o coronavírus ocorre por meio de um sorteio com base em dados de setores censitários do IBGE. Além do exame, o participante responde a uma breve entrevista sobre ocorrência de sintomas relacionados à Covid-19, busca por assistência médica e rotina das famílias em relação às medidas de distanciamento social.
“É fundamental que as pessoas recebam os entrevistadores e participem da pesquisa, mesmo as que sabem que estão ou já estiveram infectadas com o coronavírus”, acrescenta a epidemiologista.
A pesquisa tem apoio das prefeituras, por meio das secretarias de Saúde e de órgãos de segurança, e segue todos os protocolos de biossegurança para proteger a saúde dos entrevistadores e participantes. Em caso de dúvida, os moradores podem entrar em contato com a Guarda Municipal ou Brigada Militar para obter informações sobre as visitas às casas.
A coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, afirma que a pesquisa tem sido um instrumento importante para auxiliar na tomada das decisões do governo no enfrentamento da doença. “As estimativas que o estudo nos trouxe a cada fase de testes orientaram muitas das nossas ações, em especial nas diretrizes do modelo de Distanciamento Controlado, em vigor desde o mês de maio”, acrescenta.
Parceiros
O estudo mobiliza uma rede de 12 universidades públicas e privadas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana); Universidade de Caxias do Sul (UCS); IMED; Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade La Salle (Unilasalle).
O Epicovid19-RS tem financiamento do Banrisul, da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta, também da capital, e do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro. Os resultados vão ser divulgados por integrantes da coordenação do estudo e do governo do RS em cerca de 48 horas após a finalização da coleta de dados.