Começou na segunda-feira, 12 de agosto, a coleta de dados para a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), estudo inédito realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa, que será baseada em exames laboratoriais para avaliar a saúde da população brasileira, vai mapear diversas doenças e fatores de risco à saúde, como hipertensão, diabetes e a obesidade.
Além dos questionários, também farão parte deste estudo a coleta de sangue e urina, a aferição de medidas antropométricas e a medição da pressão arterial. A coleta das amostras clínicas será feita por profissionais ligados ao hospital Sírio Libanês, enquanto as entrevista serão realizadas por pesquisadores do IBGE que estão em treinamento desde o fim de julho.
A pesquisa começa pelos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Roraima, Amapá e Rio Grande do Sul e, nas próximas semanas, alcançará todas as unidades da federação. Cerca de 20 mil pessoas deverão ser submetidas aos exames, dos 80 mil domicílios pesquisados, em 1.600 municípios brasileiros. O PNS irá envolver, aproximadamente, mil agentes do IBGE.
No total, o Ministério da Saúde vai repassar R$ 21 milhões para a realização do estudo, sendo R$ 15 milhões destinados ao instituto de pesquisa e R$ 6 milhões ao hospital que será encarregado pelos exames laboratoriais. As análises feitas pela pesquisa também vão diagnosticar se a pessoa diabetes, anemia falciforme e analisar percentuais de creatinina, potássio e sódio – indicadores que podem revelar eventuais problemas de saúde do paciente. Se os resultados dos exames indicarem algum problema de saúde, o entrevistado será encaminhado a uma unidade de saúde para receber acompanhamento médico.
Divulgação/RJ
Exames de pressão arterial integram a pesquisa
DENGUE
O exame de sangue também trará a informação do percentual da população brasileira que já entrou em contato com o vírus da dengue. “A sorologia é importante para subsidiar, no futuro, a implantação da vacina conta a dengue no país,possibilitando o mapeamento de áreas suscetíveis a surtos de subtipos da doença.”, afirmou o secretario de vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
O material coletado na pesquisa será guardado e vai compor um banco de soro humano para monitorar a doença no país, ficando disponível para universidades e institutos de pesquisas. O secretário Jarbas Barbosa explica que a pesquisa permitirá uma avaliação mais ampla e um melhor planejamento das ações estratégicas e políticas públicas. ”Além de permitir que possamos examinar a tendência da saúde do brasileiro na última década, a PNS traz uma radiografia bem detalhada não só do Brasil, mas de regiões, dos estados, capital e interior”, observa. Segundo ele, a previsão é de que o estudo seja realizado a cada cinco anos. Os primeiros resultados deste estudo devem ser divulgados em 2014.
A pesquisa faz parte do Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) e tem como meta produzir novas informações sobre os hábitos de alimentação, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, prática de atividade física e fatores associados aos comportamentos não saudáveis da população. As informações vão subsidiar as ações de combate às DCNT, responsáveis por 72% dos óbitos no Brasil.
A iniciativa propõe que a PNS dê continuidade aos inquéritos do Plano Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizado em 1998, 2003 e 2008. A PNS também deve delinear o perfil lipídico da população e dimensionar o acesso ao diagnóstico de alguns agravos crônicos (como hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, creatinina no sangue, dosagem de sal na urina), com base na comparação de medidas objetivas (antropométricas, de pressão arterial e exames laboratoriais) e subjetivas (morbidade auto referida), além de outras investigações. A PNS foi aprovada no Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).