De acordo com o estudo “Diagnóstico da Qualidade do Ar no Rio Grande do Sul no período de 2003 a 2012”, divulgado pela Fundação de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam) neste mês, a qualidade do ar no Estado mantém-se estável, sem ampliação dos focos de poluição.
Durante o anúncio, a equipe técnica da Fepam apresentou as principais conclusões do trabalho de monitoramento de longo prazo na qualidade ambiental no Estado.
Para o presidente da Fepam, Nilvo Luiz Alves da Silva, os dados são de extremo valor. “A partir deles podemos avaliar áreas com maior incidência de poluição e assim direcionar os investimentos para que não haja saturação: esse recorte mostrou que a qualidade do ar, mesmo não sendo a ideal, não piorou”, destacou Nilvo.
O trabalho foi apresentado pelo químico da Central de Monitoramento Automático da Qualidade do Ar (Proar), Márcio D´Ávila Vargas, que falou dos principais agentes poluidores e de suas implicações para a saúde pública.
“Veículos automotores, a indústria e queimadas podem ser considerados os principais poluidores. Neste período, ainda tivemos o problema do vulcão chileno, que ao entrar em erupção mandou detritos tóxicos para os países vizinhos. Essa poluição é uma grande causa de mortes. Em 2013, foram 223 mil pessoas no mundo que morreram de câncer de pulmão, doença diretamente ligada a esses problemas”, explicou Vargas.
Os dados para análise são levantados por estações públicas medidoras do grau de poluição e por mais seis estações de empresas privadas – empresas com alto risco de poluição, como petroquímicas e refinarias, são obrigadas por lei a terem suas estações.
Para 2015, mais duas estações privadas, uma em Sapucaia do Sul e outra em Rio Grande devem se incorporar ao sistema de medição. Além disso, mais seis instaladas no interior do Estado podem ser incorporadas. “Os dados foram analisados e validados neste período de 10 anos. Foram mais de seis milhões de informações coletadas”, observou o químico.
Estabilidade
Conforme a Fepam, os níveis da qualidade do ar se mantiveram estáveis nestes 10 anos pesquisados. Vargas aponta a renovação da frota veicular, menos poluidora, a aplicação das leis ambientais e a fiscalização como as responsáveis por este quadro.
“Poderia ser pior, mas a legislação mais severa, até para liberar investimentos poluidores, e as exigências na produção de veículos, mantiveram os níveis da poluição nestes anos. Ainda temos muito a fazer, principalmente na fiscalização, mas estamos controlando o aumento, pelo menos”, registrou Vargas.
“O ideal para os próximos anos seria diminuir o número de carros, com mais investimentos em transporte público e na fiscalização de potenciais poluidores”, finalizou.
Texto: Euclides Bitelo
Edição: Redação Secom