Nós seres ainda imperfeitos pois estamos em processo e aperfeiçoamento espiritual, perdoamos nossos filhos infratores e procuramos infinitas vezes ao longo de nossas vidas ajuda-los a encontrarem o caminho da retidão, quanto mais nosso Pai Celestial que é perfeito em tudo. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.. (I João, 4:8)
A doutrina das penas eternas é extremamente inconsistente e não resiste a um exame sério porque, segundo ela, a misericórdia de Deus seria inferior à de suas próprias criaturas. Colocaria Deus como incapaz de resgatar um filho que tivesse errado. Nesse caso, Deus seria menos misericordioso do que um pai terreno.
Pode, a misericórdia da criatura ser maior do que a do Criador? Pode a bondade de um pai terreno ser maior que a do Pai Celestial? A esse respeito, é pertinente sejam lembrados ensinamentos de Jesus, quando compara o pai terreno com o Pai Celestial: E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? (Mateus, 7:9 e 10)
Por outro lado, se Deus é infinitamente misericordioso, como se dará o seu perdão? Deus simplesmente apagaria as culpas daquele que errou, esquecendo-as? Nesse caso Ele não seria justo, pois agiria do mesmo modo em relação à virtude e ao crime.
A razão nos leva à consideração de que Deus é, como ensina o Espiritismo, um ser infinito em suas perfeições, pois é filosoficamente impossível conceber o Criador de outra maneira, visto que, se Ele não apresentasse infinita perfeição, poderíamos conceber outro ser que lhe fosse superior. Sendo, portanto, infinitamente sábio, justo e misericordioso e conhecendo o futuro de cada ser, não podemos conceber que tenha Ele criado pessoas para serem eternamente desgraçadas em virtude de uma falta ou de um erro passageiro, derivado evidentemente da própria imperfeição do homem.
O Espiritismo ensina que o perdão divino significa uma nova oportunidade através das vidas sucessivas (reencarnação) ao espírito falido, a fim de que possa reconstruir tudo o que ele danificou. Isto é, o pecador deve fazer o bem em igual medida ao mal anteriormente feito. Entretanto, não se trata de punição, mas de ação educativa. Sempre teremos uma nova oportunidade de novo recomeço.
H. C. Heine