Ana Souza
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Policiais militares levam na essência da profissão a missão de polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. São sinônimos de força de segurança, atendem ocorrências nos mais diversos âmbitos, desde as mais simples até as mais complexas, por muitas vezes expõem suas vidas em risco. Por esses motivos é que são, principalmente para as crianças, comparados a heróis da vida real, que zelam pela proteção ao cidadão.
Em Santa Cruz do Sul existe um programa que leva a realidade de ser policial para a vida dos pequenos admiradores: o Pelotão Mirim do 23º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Desde o início deste mês, são promovidas atividades com crianças e adolescentes, entre meninos e meninas, do Bairro Bom Jesus, junto ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Integrar. Os objetivos são a promoção da ética e da cidadania e a integração entre os educandos.
Junto da retomada das atividades presenciais nas escolas, a Brigada Militar reedita o Pelotão Mirim. A expectativa pela volta do programa era tanta que existe até lista de espera para 2023. Este ano serão atendidos 27 crianças e adolescentes. A iniciativa surgiu em 2012 e seguiu até 2020, quando precisou ser interrompida por causa da pandemia.
“Com grande alegria, estamos retornando. Fizemos uma seleção com apoio da coordenadora do Cras, Solange Basso, e também levamos ao conhecimento dos educandários do bairro: Bom Jesus, Bruno Agnes e Alfredo Kliemann. Os pais participaram da reunião de apresentação das atividades que iríamos realizar. Os encontros acontecem sempre nas segundas e quartas-feiras pela manhã”, relatou a soldado Angelita de Oliveira, instrutora do Pelotão Mirim junto com o soldado Alex Silva, ambos integrantes do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).
“No programa os alunos participam de aulas como a história da Brigada Militar, noções do fardamento, saúde física e ordem unida, e participam de atividades como a hora do conto, jogos didáticos e palestras com psicólogo, sendo as atividades ministradas por policiais qualificados para a área”, explicou Angelita.
O Pelotão Mirim tem como proposta a valorização das crianças e adolescentes com foco na inserção social. “As aulas incluem a prática de atividades esportivas, conhecimentos sobre higiene pessoal, trânsito, educação ambiental e prevenção às drogas. Formar multiplicadores de boas atitudes, com noções de respeito, organização e patriotismo, este é nosso objetivo”, frisou o comandante do 23º BPM, major Fábio Azevedo.
“O programa visa que as crianças e adolescentes tenham consciência de seus direitos e deveres como cidadãos e que busquem multiplicar os conhecimentos recebidos dentro da sua comunidade. Queremos promover a ética e a cidadania, integração, valorização dos participantes e inserir eles nas questões de dignidade e respeitabilidade”, acrescentou.
Os participantes do Pelotão Mirim também serão inseridos em eventos do município, entre eles Feira do Livro, Campanha do Agasalho e desfiles cívicos. Os projetos sociais do 23º BPM estão sob coordenação do capitão Rafael Carvalho Menezes.
A alegria estampada nos rostos dos jovens
Na sala do Cras Integrar, a alegria era contagiante. Os alunos usavam abrigo oficial do programa e crachá com nome de PM Mirim. Em breve, receberão as fardas, modelos iguais aos dos policiais da Brigada Militar. Com orgulho, o jovem Kaio Rafael do Nascimento da Silva, 13 anos, faz parte do Pelotão Mirim. Aluno da Emef Bom Jesus, ele sonhava em fazer parte do projeto desde os 8 anos de idade.
“Ia nos desfiles e gostava muito de ver as bandas e os militares marchando pela rua, todos fardados. Eu podia entrar com 8 anos, mas esperei completar 10 para participar. Veio a pandemia e parou tudo. Íamos tocar e marchar no 7 de Setembro. Mas este ano retornou e me sinto muito feliz. Minha família apoiou e minha avó está orgulhosa, ela quer que eu seja bombeiro”, revelou o PM Mirim Kaio.
A pequena Camila Oliveira dos Santos, de 8 anos e também aluna da Emef Bom Jesus, falou orgulhosa, com sorrisão no rosto, de sua participação e da admiração ao ver os soldados desfilando. “Me interessei desde pequena. Passeava na casa da minha babá e via os policiais militares e os desfiles. Achava bonito e estou muito contente em poder participar das atividades e fazer novos amigos”, declarou a PM Mirim Camila.