Ricardo Gais
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Com a pandemia de Covid-19, o número de pessoas que passam por dificuldades teve aumento no País, um cenário refletido também em Santa Cruz do Sul. Atualmente, cerca de 30 pessoa se encontram em situação de rua nas áreas centrais da cidade e apenas 15 a 20 aceitam a ajuda do Município, que inclui dormir no Albergue Municipal, receber alimento e cuidados com a saúde.
A diretora de Desenvolvimento Social de Santa Cruz, Priscila Froemming, relatou que a maioria dos moradores em situação de rua não possui mais vínculos familiar, é usuário de drogas ou álcool e prefere ficar nas ruas. “A maioria que fica no Albergue é do sexo masculino e no local fazemos a aferição da temperatura, eles tomam banho, recebem janta e prestamos os primeiros socorros, quando necessário”. O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) também presta apoio aos usuários de produtos ilícitos e alcoólicos, o qual faz um acompanhamento com a pessoa por mais tempo.
Para que os desabrigados possam mudar suas vidas e se inserirem no mercado de trabalho, a Prefeitura oferece cursos, através do Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho (Acessuas), e parcerias em que empresas podem estar solicitando a mão de obras dessas pessoas. “Sabemos que é demorado para acontecer, mas realizamos esse trabalho para que o morador em situação de rua volte à comunidade”, sublinhou. Outra maneira para ajudar na profissionalização é através de trabalhos realizados nos CRAS Beatriz e Bom Jesus, com projetos profissionalizantes, que ensinam a fazer bolos, por exemplo. “A gente profissionaliza essas pessoas e indica para as empresas, mas o preconceito ainda é muito grande”, enfatizou Priscila.
A Abordagem Social ocorre nas quintas-feiras, a partir das 19h, e nos demais dias à tarde, com uma equipe qualificada composta por um monitor, coordenador e o pessoal do Caps. Nas abordagens são realizados atendimentos voltados à saúde, além de convidar as pessoas a frequentarem o Albergue. “Dentro da Casa de Passagem do Albergue a gente não deixa usar álcool nem drogas, então alguns se mostram resistentes e preferem ficar na rua”, destaca a diretora. Os moradores em situação de rua podem ficar no Albergue das 19h às 7h, e dependendo da ocasião e dia esse prazo pode ser estendido.
Priscila Froemming afirma que um novo levantamento de quantas pessoas estão em situação de rua deve ser realizado. “Temos já muitos conhecidos, sabemos quem são e onde costumam ficar. Algumas pessoas saíram de suas cidades e vieram a Santa Cruz com intuito de uma vida melhor, mas às vezes o começo é difícil, então esse total de pessoas na rua varia muito”, disse.
Outras ações estão sendo realizadas para a comunidade carente, como a Campanha do Agasalho em que algumas peças já estão sendo distribuídas para famílias dos bairros e interior do Município. “No mês de junho realizaremos a entrega de agasalhos aos necessitados nos três CRAS, por meio de agendamento”, lembrou. Ela ainda destacou que, por estarem no grupo prioritário da vacinação, os moradores que se encontram nas ruas e Albergue já foram imunizados contra a Covid-19.
A comunidade pode estar entrando em contado com o Desenvolvimento Social através do telefone (51) 3713-1942, para relatar a situação de um morador de rua, ofertar ajuda e doações. “As pessoas podem nos ligar que a Abordagem Social vai ao local, mas não podemos obrigar o cidadão a aderir ao nosso acolhimento”, finalizou.