Lavignea Witt
[email protected]
Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha, a poucos quilômetros de Gramado, é normalmente associada ao inverno e todas as suas particularidades, como as belas paisagens e a gastronomia. Mas nem todos sabem que a localidade é considerado o berço do cooperativismo de crédito no Brasil. Para conhecer a história desse movimento, a Sicredi Vale do Rio Pardo convidou os veículos de comunicação de Santa Cruz do Sul e região para uma visita ao município, realizada na quarta-feira, 22.
O gestor executivo da Casa Cooperativa de Nova Petrópolis, Paulo César Soares, foi o responsável por contar a história do início do cooperativismo de crédito no País, na localidade de Linha Imperial, área rural de Nova Petrópolis, por iniciativa do padre Theodor Amstad. O jesuíta chegou ao Brasil em 1885 e atuava como sacerdote no Rio Grande do Sul, onde realizava suas peregrinações. Foi em suas andanças pelo Estado, em cima da mula Diana, que começou a surgir a ideia do cooperativismo, que tinha como finalidade ajudar no desenvolvimento econômico e social de pequenos agricultores familiares da época. Em 1902, juntamente com 19 produtores, o padre fundou a primeira cooperativa de crédito, hoje denominada Sicredi Pioneira RS.
Soares contextualizou sobre a história em uma palestra no saguão da Casa Cooperativa, que no momento passa por reformas, e depois guiou os convidados para a visitação à Igreja São Lourenço Mártir, onde está o túmulo do padre Amstad, que morreu em 1938. A paróquia também preserva uma escultura original com a imagem do sacerdote, onde encontram-se placas das cooperativas fundadas por ele no Rio Grande do Sul. “Aqui está marcada a grandiosidade de todo o trabalho dele”, apontou o executivo.
Durante o passeio, o guia ainda mostrou a casa em que Amstad morou por muitos anos, localizada ao lado do templo, e a praça em frente, onde há uma réplica da estátua situada dentro da igreja. De acordo com Soares, tanto o padre quanto Nova Petrópolis receberam honrarias. Amstad se tornou patrono do cooperativismo do Brasil por conta de suas ações e o município ganhou o nome de capital nacional do segmento.
“É um local onde todos podem vir e presenciar o cooperativismo na essência. Aqui, as pessoas tem por natureza a cooperação, a associação. Nós temos um grande número de entidades culturais associativas, cooperativas, e isso tudo é enraizado pelo legado do padre e principalmente materializado pelos marcos históricos que os visitantes podem vir conhecer aqui na nossa comunidade. O local que tem o maior número de marcos ao cooperativismo do mundo”, destacou o gestor executivo.
Visitação
Contudo, a Casa Cooperativa passa por restauros e por isso não recebe visitantes no momento. “As pessoas podem vir a Nova Petrópolis conhecer os marcos, mas não vai haver uma visitação profissional. O roteiro abrrirá novamente a partir do próximo ano”, explicou Soares. Após o período de reforma, quem possui interesse em fazer uma visita e participar do passeio guiado deve acessar o site www.casacooperativa.com.br e efetuar a inscrição. Todas as informações estão contidas no portal.
“A gente tende a esquecer a nossa história e a não valorizar os nossos heróis e as pessoas importantes para nós. Por isso é muito importante quando há visitantes que nos valorizam. Então eu fico muito feliz e faço o convite de coração para que venham para a nossa cidade, nos conhecer e aprender um pouco sobre cooperativismo”, reiterou.