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Palito, uma referência nos Plátanos

Supervisor relembra grandes momentos que vivenciou com o Santa Cruz

Tiago Mairo Garcia
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Ao longo de 108 anos de história, muitas mãos ajudaram a construir a trajetória gloriosa do Futebol Clube Santa Cruz, um dos clubes centenários mais tradicionais do Estado. O Galo alvinegro vivenciou todos os momentos que o futebol pode proporcionar, e atualmente celebra a sua maior glória com a conquista da Copa FGF – Taça Ibsen Pinheiro em 2020.

A conquista do título, após vitória nos pênaltis sobre o São José no Estádio Passo D´Areia, em Porto Alegre, no dia 22 de dezembro de 2020, foi a maior alegria proporcionada pelo clube ao supervisor Luiz Carlos Marques, o Palito. Com 55 anos dedicados ao futebol, Palito destaca a conquista obtida pelo clube. “Foi um grande momento, pois nunca havíamos sido campeões. A maneira que fizemos esse plantel, treinamos 15 dias e conseguimos montar um time vencedor ao derrotar clubes com folha salarial maior. O time foi unido e fechado e isso fez toda a diferença. Foi um ambiente bom, com harmonia em todos os setores do clube que tornou esse time vencedor”, relata o supervisor.

Luiz Carlos Marques, o Palito, atua há 38 anos
como supervisor do Santa Cruz. – Foto: Tiago Garcia



O título da Copa FGF foi a maior glória, mas Palito também vivenciou outros momentos especiais com a camisa alvinegra. Ele lembra que iniciou sua carreira no clube em 1966 para atuar na categoria juvenil, após o treinador do Galo ir até a sua casa lhe convidar. “Eu jogava no outro clube da cidade (Avenida) que havia fechado o Departamento Juvenil. O treinador do Santa Cruz já me conhecia e me convidou para jogar. Eu fiquei muito feliz com o convite dele e vim treinar nos Plátanos”. Atacante e com vocação para fazer gols de cabeça em razão da boa impulsão, Palito começou a se destacar na base. Em 1971 disputou seu primeiro clássico profissional pelo Santa Cruz contra o Avenida, sendo outro grande momento que vivenciou. “Joguei meu primeiro clássico Ave-Cruz no Estádio dos Eucaliptos, que terminou empatado em 1 a 1, onde marquei o gol para o Santa Cruz”, recorda.

Após uma parada para servir o quartel e iniciar as atividades profissionais em uma empresa fumageira na cidade, Palito saiu do profissional e passou a jogar somente no futebol amador de Venâncio Aires e Rio Pardo. Em 1975, o jogador fez parte da Associação Santa Cruz, equipe que surgiu após a fusão de Avenida e Santa Cruz, com o jogador retornando ao futebol profissional após convite do técnico Daltro Menezes. “O Daltro Menezes me deu muitas chances em meio ao plantel com jogadores qualificados que tínhamos no time, que ficou em terceiro lugar no Estadual de 75, atrás somente da dupla Gre-Nal. Foi uma campanha espetacular”, lembra.

Após, Palito se destacou pelo Estrela, teve uma passagem pelo São Paulo, de Rio Grande, voltou ao Santa Cruz em 79, quando o departamento de futebol foi reativado, após o fim da Associação Santa Cruz, e atuou pelo São Borja, onde vivenciou o momento mais delicado e que levou ele a encerrar a carreira como jogador. “Eu fraturei a perna com rompimento de ligamento em uma disputa com o goleiro Casagrande, do Caxias. Anos depois, o Casagrande veio jogar no Santa Cruz e estava receoso, mas ele não foi maldoso, sendo um acidente de jogo. Eu já era supervisor do clube e desculpei ele pelo lance”, conta.

Fora dos campos, em 1983, Palito voltou a trabalhar no Santa Cruz em uma nova função, passando a atuar como instrutor das categorias de base e em seguida recebeu o convite para trabalhar na secretaria do clube onde há 38 anos atua como supervisor, período em que viu o Santa Cruz retornar para a elite entre 1984 até 1995, com o Galo realizando grandes campanhas nos anos 80, que resultaram em participações nacionais em 87 e 89. Em 96, o Galo disputou a segunda divisão e obteve novamente o acesso para elite em 1997, onde disputou até 2013, quando o clube sofreu nova queda para a Divisão de Acesso e posteriormente para a Segundona Gaúcha, em que se encontra atualmente.

Com a conquista da Copa FGF, o bom momento vivido pelo clube gera confiança na retomada do protagonismo. Palito cita a participação na Copa do Brasil em que o clube teve um bom desempenho diante do Joinville e salienta o desejo de uma boa campanha na Terceira Divisão. “Vamos disputar a Terceira Divisão com muita vontade para ir em busca da vaga para a Divisão de Acesso”, destaca. O supervisor cita a campanha de sócios lançada pelo clube e faz um apelo ao torcedor para auxiliar o clube. “Peço que o torcedor acredite no time. O pessoal está trabalhando, e podem ter certeza que vamos colher bons frutos lá na frente”, finalizou.