Início Colunas Pãe por quatro dias já é o bastante!

Pãe por quatro dias já é o bastante!

No fim de semana eu li um artigo sobre os pais que cuidam dos filhos e da casa que caiu como uma luva para mim.
Ocorre que minha esposa foi viajar na sexta e eu tive que ficar com meus filhos até segunda. Quatro dias sendo pai e mãe ao mesmo tempo. Lembrei do trecho da música “Cê Topa”, do Luan Santana: “Eu, você, dois filhos e um cachorro”. Sem o “você”, trabalhar, cuidar da casa, dos filhos e do Pipo não foi uma tarefa fácil. O Sergi, de 19 anos, já sabe se virar sozinho. Mas se tratando do José, de 7, é bom ficar de olhos bem abertos – o tempo todo. Suei frio algumas vezes, mas consegui dar conta do recado.
Bem, já que tive que assumir integralmente a responsabilidade sobre os filhos e a casa, a solução foi começar dividindo as tarefas: O Sergi – que trabalha fora durante o dia e faz faculdade à noite – lavava a louça e arrumava sua cama. O José guardava seus brinquedos depois de brincar e se arrumava para a escola. E eu colocava o José no banho, acompanhava sua lição de casa, recolhia as roupas sujas, limpava o cocô e o xixi do Pipo, botava o lixo na rua e procurava deixar meu quarto bem arrumado (a Marta odeia bagunça).
Alimentação? Ao meio-dia íamos almoçar num restaurante a quilo. À noite, pedíamos uma pizza-família por telentrega (cada barulho de moto era uma esperança). Cozinhar? Nem pensar!
Entretenimento? Na sexta levei o José no meu bate-bola semanal. No sábado ele foi à festa de aniversário de um amiguinho e no domingo, Dia dos Pais, fomos os três à Arena Condá, torcer pela Chapecoense. Foi a primeira vez do José num estádio. Ele dormiu na arquibancada, comeu e bebeu “tudo” que viu pela frente e gritou “timinho” para a torcida do Figueira. Eu ri!
A Chape perdeu, mas nós nos divertimos e eu curti os momentos que passei com meus filhos. Como diz o ditado: “Não basta ser pai, tem que participar!”. Além disso, o fato de ter assumido tarefas que são executadas por minha esposa fez com que eu reconhecesse o valor das mulheres, que se “viram nos trinta” para trabalhar fora, estudar, cuidar da casa, dos filhos – e do marido.
Quando a Marta me enviou o torpedo: “Estou retornando com a mala cheia de saudades”, eu pensei: saudades?! Considerando a experiência vivida por uma família monoparental masculina (sem a presença da mãe), eu é que estava morrendo de saudades, pois ter sido “pãe” (pai e mãe ao mesmo tempo) por quatro dias já foi o bastante.