Ana Souza
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A Prefeitura de Santa Cruz do Sul e o Instituto Cidade Segura apresentaram, na tarde dessa sexta-feira, 8, no Palacinho, a pesquisa sobre vitimização que deu embasamento ao Pacto pela Paz. Foram mostrados os índices de monitoramento de segurança pública que perfazem as prioridades do pacto, qual sejam a proteção da infância, adolescentes em situação de risco, violência contra as mulheres, homicídios, furtos e ordem pública. Para o levantamento foram computados dados da Secretaria Estadual de Segurança; das Secretarias Municipais e bases nacionais como o DataSus. Um diagnóstico rápido para chegar aos dados do Pacto.
Foram feitas diversas análises que perfazem a questão segurança. Estas estão baseadas em evidências e na integração de todas as forças vivas da sociedade em busca de reduzir os índices e promover a cultura pela paz. Foco nos dois eixos do programa: a prevenção da violência e na aplicação da lei. O público-alvo estimado das ações é em torno de 20 mil crianças e adolescentes e suas famílias.
Os números foram apresentados pelo diretor-executivo do Instituto, Alberto Kopittke, e pelo secretário municipal de Governança e Relações Institucionais e coordenador do Pacto Santa Cruz pela Paz, Everton Oltramari. Também estiveram na reunião o consultor de Aplicação da Lei, do Instituto Cidade Segura, Alex Brandão; o secretário de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte, Everson Carvalho de Bello; e o secretário-executivo do Pacto pela Paz, Tiago Baggiotto.
A pesquisa teve como público-alvo moradores de Santa Cruz com idade superior a 16 anos, cujo total é de 102.911 pessoas. O período de levantamento dos dados foi de 6 a 14 de novembro de 2021, com 1 mil entrevistados e combinação de variáveis como sexo, faixa etária e área demográfica (urbana e rural). Os questionamentos foram feitos no modo domiciliar pessoal e com cerca de 29 minutos de duração. A realização da coleta ficou a cargo do Instituto de Pesquisas de Opinião (IPO), de Porto Alegre.
Os números apresentados levaram ao índice de 70% de aprovação nas ações de segurança pública realizadas pela Prefeitura Municipal, nestes foram apontados diversos fatores. O que chamou a atenção foi a observação da população sobre a conservação dos terrenos baldios, chegando ao percentual de 40,2% como fator que poderia levar à insegurança. Outro destaque apontado foi em relação ao consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos, chegando a 43,4% apontado pelos entrevistados.
“A pesquisa é um grande instrumento e algo raro no Brasil que aponta as diretrizes que perfazem o Pacto pela Paz. Uma das questões, que estampa as notícias seguidamente, é referente à violência contra a mulher. Ao contrário da violência doméstica, que chegou a 15,6%, os números apontam 29,2% em relação à importunação sexual no transporte coletivo. Nos crimes contra a vida e ameaça o maior fator foi o ferimento à faca que chegou aos 75% de boletins de ocorrências, nos últimos 12 meses. Roubo a veículo também registrou 100% nos últimos 12 meses. Os golpes virtuais também estão em alta. O total de vítimas, últimos 12 meses, chegou a 3 mil pessoas em golpes pela internet e a 2 mil pelo telefone. Também levamos em consideração os dados de preconceito sofrido pelas vítimas, chegando ao percentual de 16,7%”, destacou Kopittke.
O Pacto pela Paz trabalha antes da ação de violência se concretizar. “Temos exemplos bem recentes no que se refere à criminalidade. No que se refere aos homicídios foram sete nos últimos três meses, sendo em 2021, 14 registrados. Fizemos um diagnóstico para apontarmos como o santa-cruzense via a questão da violência e da criminalidade. Estamos preparando a cidade para que ela não se torne violenta. Este é o objetivo do Pacto, trabalhar antes a prevenção. Não se vence a violência só com programas sociais ou só com a atuação da polícia, mas, sim, com a união destas forças de segurança. Faremos um acompanhamento direto de todas as atividades que serão desenvolvidas. Queremos abranger toda a cidade, faremos um calendário de atividades com o envolvimento de todas as secretarias”, frisou Everton Oltramari.
Nos próximos meses, será realizada a primeira ação de um dos programas de educação socioemocional para fortalecer vínculos familiares e a construção de valores. Através do Seja, será enfatizada a atenção plena e a comunicação não violenta que acompanha os alunos do 1º ao 9º Ano do Ensino Fundamental.