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Os estudantes do “novo normal”

Alunos do Colégio Mauá, Alana de Almeida e Felipe Gassen relatam experiência de manter estudos on-line em casa

Tiago Mairo Garcia
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Alana de Almeida: “estudar de casa tem sido prazeroso” – Divulgação

Dia do Estudante. Comemorado no dia 11 de agosto, a data celebra um direito básico dos cidadãos e uma fase da vida onde nos dedicamos à busca do conhecimento, através do estudo constante sobre os temas que nos rodeiam. Uma boa educação e um bom ensino escolar ajudam a formar uma sociedade sólida e com senso crítico apurado para solucionar crises, além de formar profissionais qualificados.

Em razão da pandemia do novo coronavírus, desde o mês de março, os estudantes precisaram se reinventar em suas casas, através de plataformas on-line, para manter a rotina de estudos. Um “novo normal” ao qual muitos jovens estão vivenciando sem a rotina de dia a dia e do ambiente escolar ao lado de professores e colegas. Alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Mauá, Felipe Thaddeu Gassen, 15 anos, e Alana Goettems de Almeida, 16 anos, relatam a experiência de seguir os estudos de forma remota e que será lembrada para sempre por estar inserida no contexto de um fato que entra para a história da humanidade.

Alana conta que sempre gostou de estudar e que a rotina on-line tem sido tranquila. “Sempre me dei bem com os estudos de modo geral. Estudar em casa está sendo tranquilo e até mesmo prazeroso, já que posso passar mais tempo com minha família”, disse ela. Já Felipe salienta a dificuldade para manter a rotina de estudos organizada. “Todas as manhãs tenho aula via videochamada. Além disso, recebo atividades de cada matéria no início da semana. Tento deixar os exercícios para o dia seguinte prontos à tarde. Acredito que a maior dificuldade deste período seja manter uma rotina de estudos organizada”, frisou ele.

Felipe Gassen: “interação no ambiente escolar é essencial para o aprendizado” – Divulgação

Sobre a convivência com os colegas no ambiente escolar, os dois alunos destacam que estão sentindo falta deste contato diário. “Cresci com aquelas pessoas, e devo muito do que sou a elas. As videochamadas aliviam um pouco a saudade, mas estar em contato com elas, rir de suas brincadeiras, poder abraçar meus amigos, os professores e os funcionários. Isso faz muita falta. O colégio é como uma segunda casa, uma segunda e gigantesca família. É estranho acordar e saber que não ouvirei logo cedo os chiados do corredor cheio de gente”, salientou Alana. Por sua vez, Felipe acredita que a interação no ambiente escolar é essencial para o aprendizado. “Eu sinto falta de socializar e conversar com meus colegas. Tenho mantido contato com eles, mas não é a mesma coisa. Além disso, sinto que essa interação, junto com o ambiente físico da escola, era quase essencial para o aprendizado”, destacou o estudante.

FUTURO

Sobre ser estudante, Alana destaca que é poder conhecer o mundo através da educação e construir os sonhos. “Não sabemos o que vem pela frente, mas temos certeza de que o agora, entre livros, cadernos e a comunidade escolar, é especial, único. Estudamos pelo amanhã, mas vivemos intensamente o hoje”, destaca a jovem. Felipe salienta que ser estudante é estar em constante aprendizado. “O bom estudante é aquele que sempre quer saber mais e ir a fundo, focando na conquista de seus objetivos”.

Com relação ao futuro, os dois jovens já tem em mente as profissões que pretendem seguir. Alana salientou que sonha em ser psiquiatra. “Tenho um desejo muito forte de me mudar para Pelotas e estudar medicina para me tornar psiquiatra. Quando voltar para Santa Cruz sonho em poder ajudar outras crianças e adolescentes a se sentirem mais confiantes consigo mesmas, algo que tive dificuldade durante muito tempo”, disse ela. Já Felipe destaca seu desejo de seguir na área de exatas. “Eu pretendo fazer curso superior na área de exatas, algo como matemática ou estatística, mas ainda não estou certo sobre qual seguir”, frisou.

Sobre o momento de pandemia que a sociedade está enfrentando, os dois estudantes salientam que o “novo normal” deixa lições para a vida. “Esse momento foi algo inesperado para todos, e com isso tivemos que fazer adaptações que vão impactar o futuro. O próprio estudo remoto foi uma adaptação do período da pandemia, que apesar de apresentar certas dificuldades, pode continuar sendo usado em várias circunstâncias”, frisou Felipe. Já Alana acredita que este é o momento para valorizar o que se tem. “Só nesses últimos meses que notei o quanto sinto falta de pequenas coisas. As aulas on-line são uma forma diferente de aprendizado, mas estamos, pouco a pouco, e juntos, nos virando. Admiro muito não só os professores e o colégio como todos os profissionais pelo esforço e dedicação. Espero que, quando tudo passar, possamos manter esse sentimento de união conosco”, finalizou a estudante.