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O sonho acabou. Voltemos ao trabalho!

O sonho acabou cedo. Foi humilhante. Aos 29 minutos já estava 5 x 0. Daí em diante os brasileiros pareciam “moscas tontas” correndo de um lado para o outro atrás dos alemães, que tocavam a bola com rapidez e objetividade. E para nós, torcedores, sentados em frente à TV, só restou assistir nossas criancinhas chorando na arquibancada. Triste!
Ninguém nunca será capaz de explicar o que aconteceu. Estamos procurando respostas até hoje para o vexame de 1998, na França, quando Ronaldo sofreu uma convulsão e os franceses fizeram 3 x 0, para os três gols do italiano Paolo Rossi em 1982 e para a vitória do Uruguai na final de 1950. Agora, o Maracanaço se repetiu no Mineiraço e nunca saberemos ao certo o motivo do “apagão”.
Mas você pode tentar explicar o inexplicável. E se quiser pode marcar mais de uma opção – ou todas se preferir:

(  ) A saída do Neymar, a única esperança de jogada genial, impactou a Seleção.

(  ) O Fred “não Fred nem cheira”, como postaram os internautas. Foi mal a Copa toda.

( ) Os jogadores não suportaram a pressão de jogar uma Copa em seu país e entraram em campo vulneráveis emocionalmente, como alegaram os psicólogos.

(  ) O Hulk jogou mesmo como um personagem de desenho animado, como publicou a imprensa alemã.

(  ) Em vez da Seleção focar nos fundamentos da bola, deu mais valor para o hino nacional e essa coisa de jogar pelo país.

(  ) O Brasil confundiu cabeça erguida com nariz empinado e entrou na onda do “já ganhou”. Os jogadores deram entrevistas demais!

(  ) Há muito tempo o Brasil deixou de ser o “país do futebol”, a gente é que não havia visto – ou não queria aceitar.

Eu assisti à decisão na casa dos amigos Irineu e Flávia Pederiva, em Canoas. Seu filho Murilo, de 7 anos, louco por futebol, num certo momento do jogo desandou num choro sem fim. Eu o abracei e lhe disse: “Querido, não chore, um dia se perde outro se ganha. Na Copa de 2002 as criancinhas alemãs choraram e nós sorrimos. Agora chegou a hora delas sorrirem e nós chorarmos”. O garoto voltou a sorrir.
E para nós, adultos, só resta voltar ao trabalho, pois o sonho acabou.