Diego Dettenborn – [email protected]
Pela lógica ele poderia ter escolhido o futebol, como a maioria dos jovens da sua idade fazem. Mas não foi bem assim. Aos 14 anos, influenciado pelos amigos, Gabriel Kwiatkowski Júnior deu os seus primeiros passos no skate, e nunca mais parou. Hoje, dez anos depois, com 24 anos o skatista acumula diversos títulos na carreira e é o responsável pela coordenação do projeto social Street Family, realizado em parceira com a Unisc e a Prefeitura Municipal. O projeto tem como principais objetivos aperfeiçoar o bom relacionamento entre os participantes e também incentivar a prática esportiva entre os adolescentes. Dos bairros de Santa Cruz do Sul, são atendidas cerca de 200 crianças e adolescentes com idade entre seis e 17 anos.
O esporte é fundamental na vida, e o projeto tem como função também dar um amparo para as crianças. Outra grande preocupação do skatista é a inclusão. “Se for preciso corro atrás de tênis pra eles, tento ir um pouco mais além, faço o possível sempre”. Extremamente envolvido com o skate, sobretudo com o projeto, Gabriel ressalta também a paixão pelo que faz. “Busco dar sempre um auxílio psicológico, estar participando da história das crianças. Alguns aqui até me chamam de pai, é uma grande responsabilidade que Deus me deu, mas também um enorme privilégio. Assim eu mesmo mantenho o foco, não posso fazer nada errado, sou exemplo para eles, um espelho, tenho que passar as melhores coisas pra todos.”
À frente do projeto há quatro anos, foi através do skate que Gabriel conheceu pessoas e lugares distintos nos últimos anos. Para a jovem promessa santa-cruzense, o esporte é essencial. “Foi no skate que fiz amigos e estive em lugares que nunca imaginei que fosse estar. Não tenho palavras. O skate é a minha essência, não tenho palavras pra expressar o que significa pra mim o esporte”. As aulas são realizadas no Skate Park, na Praça Siegfried Heuser diariamente. Para se inscrever, basta ligar para o número 3717- 7485.
Skate sem idade
Brendon Felicidade é apontado por Gabriel como um dos destaques do projeto, e como se não bastasse o jovem skatista trouxe para o projeto o avô Alexandre Felicidade, de 78 anos de idade. No alto da pista ainda na sombra, realizando os primeiros movimentos, mas já demonstrando certa habilidade nada compatível com a sua idade, seu Alexandre afirma querer. “Quero descer lá embaixo e pegar sol, vou andar e não parar mais. Tá sendo muito bom pra mim, não tenho palavras pra expressar o bem que me traz o skate.”
Diego Dettenborn
Paixão pelo skate evidenciada por gerações de praticantes