O secretário "das micro soluções" veio para resolver problema

Clima de informalidade no gabinete da prefeita Kelly Moraes (PTB), na visita do secretário Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan (PT) e do diretor do departamento de Infraestrutura Rural, Irrigação e Uso Múltiplo das Águas, Vilmar Galvão, nesta quinta-feira, 19. Parodiando o ex-presidente Lula, Pavan disse que política se faz com macro e micro soluções, mas o que mais repercute são as notícias macro, como o metrô de Porto Alegre e a nova ponte sobre o Rio Guaíba. Abrir poços artesianos no interior é notícia micro, mas para muitos agricultores, é a maior obra que se poderia fazer.  “A minha secretaria é das micro. Mas o que é micro para o governo é macro para o cidadão”, emendou ainda o secretário, para ilustrar sua fala.

Ele veio assinar termo de cooperação para a abertura de três poços artesianos, mais um que precisa ainda ser regularizado, na região de São Martinho – melhor situando, nas localidades de Nove Colônias, Linha Araçá e São Martinho 2, –  na divisa entre os distritos de Paredão e Monte Alverne -, beneficiando inicialmente quinze famílias. Pavan recordou a infância quando 90% da população rural se abastecia com água de vertentes na superfície e hoje é necessário escavar poços artesianos cada vez mais fundos. Naquela região, 280 famílias estão inscritas no programa da água potável.

Nesta parceria o Estado disponibiliza máquinas e operadores. O município entra com o combustível, os canos para revestir os poços e alojamento para a equipe. O montante do investimento vai depender da profundidade dos poços – os geólogos prevêem que 30 metros seja o suficiente, mas só vai se saber ao perfurar. Pavan ressaltou a vantagem de poder contar com a ajuda do Estado na obra – “vamos perfurando até achar água, ao contrário da iniciativa privada que só vai até a profundidade contratada”.

 

 

O início da perfuração dos poços deve demorar ainda até o final de março e a previsão é de que encerre em junho, pois as equipes estão ocupadas no momento, admitiu o secretário: três em Arroio do Meio, uma em Estrela Velha, duas em Picada Café – são cinco ou seis poços sendo abertos simultaneamente, utilizando quatro perfuratrizes e seis máquinas na percussão. “Foram 280 poços perfurados desde janeiro de 2011”, contabilizou Pavan – “uma demanda maior que a capacidade da Pasta”.

 

 

O secretário Alberto Heck, do Meio Ambiente e Saneamento,encaminhou ao secretário Pavan um levantamento de quinze redes hídricas necessárias no município – “uma demanda das principais”, ressaltou. O custo para executar equivale a R$ 3 milhões, fora a de São Martinho, que está sendo agilizada agora. “Já existe projeto, só faltam os recursos”, sublinhou Heck.

 

Pavan e Galvão vieram também divulgar um conjunto de políticas com recuperação emergencial para poços artesianos, na tentativa de amenizar os efeitos da estiagem sobre o estado. Segundo eles até o dia 9 deste mês, as perdas na safra de milho eram de 42% comparativamente à safra anterior, na de soja de 25% e na de feijão preto, 11%, e subindo. Conforme Pavan, os prejuízos da seca aumentam a cada dia no Rio Grande do Sul: “Até agora as perdas somam R$ 2,2 bilhões em relação aos últimos 9 anos, e a R$ 3,2 bilhões se comparado com a safra passada”.

Na localidade de São Martinho, o secretário Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan (PT) e o diretor do departamento de Infraestrutura Rural, Irrigação e Uso Múltiplo das Águas, Vilmar Galvão conversaram com produtores rurais sobre as políticas públicas, da Pasta, que vão beneficiar os agricultores familiares,

especialmente no que diz respeito aos programas para amenizar os

prejuízos da estiagem. Lá o secretário assinou o termo de cooperação para a perfuração dos poços. No encontro, no Ginásio Esportivo de São Martinho, anexo a Escola Cardeal Leme, foi realizada ainda palestra sobre o Programa Irrigando a Agricultura Familiar, ministrada por Vilmar Galvão.