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O Rio Grande afundando…

O Estado do Rio Grande do Sul, outrora pujante, rico, poderoso, aguerrido, celeiro do Brasil, terra de bravos e destemidos, com “evolução política”, viu-se e se vê, pouco a pouco, transformado em unidade federal decadente. Endividado, emerge bipolar e desprestigiado ente da federação. Até o orgulho parece perdido. Ou, talvez, nesse rastejar não se perceba o quanto progride a regressão (basta se analisem ou sejam comparados os dados disponíveis nesses últimos 30 anos).
Sobram alertas. Aqui, nesta terra de Santa Cruz, deste escriba já sobram artigos que estudam a real mísera situação e suas origens. E em âmbito mais elevado, sibilam e vibram as colocações do Sr. Jorge Gerdau Johannpeter, então ouvidas por ocasião da última reunião almoço, no Sinduscon, em Porto Alegre. Pelo brilho e pertinência – e pelo respeito que de logo impõe o experimentado homem de indústria que os levantou, vale, aqui, recordar alguns dados e comparativos ofertados para análise:
– Na década de 60 aqui se identificava o 1º Estado em educação; hoje se ocupa a sétima colocação. E se está a cair…
– Há 30 anos aqui se recolhia perto de 30% da receita para investimentos; hoje, parcamente, talvez 3,5%. E em queda…
– O operoso Estado do Rio Grande do Sul vibrava como a 3ª economia da Federação; atualmente sangra lá pela 7ª ou 8ª posição,  Em queda, em queda…
– Há quem se satisfaça com o fato de se manter atendimento de 15% da população com recolhimento e tratamento de esgotos… Mas:
Só o Piauí, Alagoas e Maranhão – paupérrimos –  recolhem piores índices! Santa Cruz do Sul está pior, pois não neste recantomal se alcança aos 10% neste índice de saneamento (Por exemplo: São Paulo tem 88% de seus esgotos recolhidos e tratados; e Minas Gerais,  76%).
– Mas é no Rio Grande do Sul onde vigem os maiores, os mais elevados índices de tributação no Brasil… realidade que, por si só, acaba por inibir ou afugentar os investimentos.
– O RS reserva 3,5% de sua receita líquida para investimentos. O 2º pior ente federado aplica 7,5%. A média nacional é de 16,7%.
Tanto o satisfaz, companheiro?
Aliás, Gerdau foi convidado, pela Presidente Dilma, para presidir a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade.  Mas, vários setores públicos já avisaram que não vão abrir suas “caixas pretas”. Então…
– Há desindustrializando e perda de competitividade: Perceba-se que em 1998, 58% das  exportações gaúchas eram de manufaturados (geram emprego e renda). hoje são 34%;
– Exige-se a geração de 1.500.000 empregos novos por ano, para os atender a juventude. Não há mistério, nisso. Mas para que tal realidade se imponha, resultaria obrigatório aplicar nesse objetivo mais de 22% do PIB. Mas, se até o início dos anos 80, os investimos atingiam mais de 25% do PIB – o país vivia um crescimento vigoroso – hoje o setor privado fica com 60% do PIB e investe 18% no desenvolvimento. O setor público arrecada 40% do PIB e investe apenas de 2% a 2,5%. Somados são cerca de 20% de investimentos.
Lida-se, hoje, com um gigantismo na forma de Governo. Tanto está a garantir, apenas, serviços públicos da pior qualidade naqueles campos essenciais para a higidez do país (educação, saúde, segurança);
– Nos últimos 20 anos a produtividade ficou estagnada. Enquanto isso, a Coréia do Sul cresceu 60%; a China 50%. E a Índia, 30%. Os USA tem aumentado continuamente nos últimos 50 anos.  Atente-se:
– Enquanto o Brasil investe de 19% a 20% do PIB (infraestrutura e capacidade produtiva), a China investe 46% e a Índia 32% do PIB. E são as matérias primas brasileiras que estão a permitir o crescimento e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos daqueles países.
Aqui, as regras da previdência foram instituídas quando a média de vida era 40 anos. Atualmente a média de vida está perto dos 75 anos. As pessoas vão receber aposentadoria pelo teto, durante mais tempo que trabalharam. Inevitavelmente, o sistema entra em colapso.
O deficit anual por aposentado do setor público é cerca de R$ 60.000.00, enquanto do ser privado é de R$ 2.000,00. Como resolver tal desequilíbrio? Imitando a Grécia?
A máquina pública alimentou a mentalidade pela qual a receita pública deve ser carreada para a remuneração dos servidores, em detrimento de sua atividade fim: a prestação de serviços públicos.
Seria justo imaginar que só se alcançará alguma mudança se prestigiada a educação, a transparência, a meritocracia e o profissionalismo. O político brasileiro – e, especialmente, os Deputados Estaduais –  está motivado e preparado para resolver as equações acima expostas?
Boa sorte Sr. Gerdau Johannpeter

*Engenheiro Civil – empreendedor – [email protected]