Nos últimos dias o que mais se tem falado é sobre o retorno das aulas presenciais na rede Estadual e em seus Municípios. Usando de tática especulativa, o governo do Estado lançou um provável calendário alternativo com recomeço previsto para o dia 31 de agosto próximo, claramente para ver a opinião das pessoas. Eis o grande problema: segundo especialistas da área da saúde, a pandemia terá seu pico aqui no Estado nos próximos 14 dias, segundo noticiado pela imprensa.
Reiteradamente tenho escrito que a questão Covid-19 tem que ser analisada e demarcada pelos órgãos competentes, que são da saúde. Não podemos banalizar o problema que atinge o mundo inteiro, achando que nunca chegará a nós. Os exemplos estão aí e as mais de 105.000 mortes no Brasil falam por si.
A educação é um fator que deve ser levado muito a sério nesta questão, eis que movimenta de forma direta ou indireta toda a população de uma cidade, estado ou país. A volta presencial pela educação infantil (creches) é, na minha opinião, um grande erro, pois não irá existir distanciamento nas escolas entre as crianças de zero a 3 anos. Os princípios norteadores da educação infantil baseiam-se na socialização, afetividade, interação e outras tantas atividades onde o convívio e o tato são imprescindíveis. Como separar crianças de brincadeiras e brinquedos? E os profissionais da sala de aula, merenda e assepsia, como ficariam nesta história toda, já que muitos têm fatores ligados a grupos de risco? Isto que não falamos ainda no transporte escolar onde crianças, em quase sua totalidade, de cidades com forte ligação ao meio rural precisam deste meio de locomoção.
A educação e a saúde precisam de decisões técnicas, embasadas no conhecimento científico para que possamos vencer essa batalha, senão continuaremos enredados em picuinhas políticas.