Os 18 moradores dos Residenciais Terapêuticos de Santa Cruz do Sul contam, desde 2018, com assistência qualificada durante a permanência nas casas. Implantados pela Prefeitura em março de 2016, os serviços passaram a ser geridos pelo Hospital Ana Nery pouco mais de dois anos depois. O objetivo, segundo a diretora de Saúde do Município, Raquel Rozeno, foi proporcionar um atendimento humanizado aos residentes, além de promover uma visão mais técnica da saúde mental. “Buscamos reorganizar a estrutura, qualificando o atendimento e a assistência aos usuários”, acrescenta.
O investimento mensal para que o Ana Nery faça a gestão dos residenciais é de R$ 60 mil, com recursos municipais, estaduais e federais. Desde que assumiu o espaço, o hospital realizou melhorias na infraestrutura, como acessibilidade, ampliação de ambientes, reforma de banheiros, entre outras, e comprou de materiais e utensílios para dar mais conforto aos moradores. Conforme a coordenadora de Saúde Mental, assistente social Anelise Aprato, em parceria com o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II, a instituição hospitalar desenvolve oficinas, passeios, festas, entre outras atividades. “O objetivo dessas ações é resgatar a cidadania por meio de oficinas de culinária, artesanato, jardinagem, embelezamento, atividades culturais, compra de roupas e auxílio na limpeza da casa e na cozinha.”
Anelise explica que os residenciais são voltados a pessoas de 18 a 59 anos, com transtorno mental e sem vínculos familiares. O Caps II, que é responsável técnico pelos estabelecimentos, tem a função de encaminhar e acompanhar os pacientes, capacitar as equipes que atuam nas casas e restabelecer a autonomia dos usuários. “Praticamente todas as questões relacionadas ao funcionamento das moradias são definidas com os próprios moradores, pois é fundamental que eles se sintam nas suas casas e com autonomia para atividades de rotina”, comenta. As equipes técnicas também trabalham o fortalecimento dos vínculos com familiares para retorno às suas casas e incentivam a volta ao mercado de trabalho.
Atualmente, 18 pessoas residem nos espaços. São 15 homens e três mulheres. Somente moradores de Santa Cruz do Sul são são encaminhados. A coordenadora ressalta que os residenciais terapêuticos se diferem de clínicas, tendo em vista que essas são apenas locais de tratamento em momentos de crise, enquanto os residenciais são moradias para pessoas com transtornos mentais sem vínculos familiares.
Além das duas moradias, a Prefeitura também conta com o Residencial Inclusivo, que, desde 2017, integra a política de assistência social do município. Diferentemente dos residenciais terapêuticos que recebem verba do Estado e da União, este é mantido somente com recursos municipais. Podem morar na casa homens e mulheres com deficiência física, mental e sensorial, com diferentes graus de dependência, e que não possuem nenhum tipo de retaguarda familiar. A Promotoria Pública e a 13ª CRS acompanham o funcionamento dos residenciais para que eles não desvirtuem dos objetivos para os quais foram implementados.