Já nos aproximamos do segundo semestre, e parece que assistiremos ao mesmo filme passado em 2012. Guido Mantega, o mais incompentente e atrapalhado Ministro da Fazenda dos últimos 20 anos, volta a revisar para baixo a previsão do PIB para 2013.
No início do ano, Mantega bradou aos quatro cantos que teríamos um PIB de 4,5%. Agora, depois de anunciar um crescimento de apenas 0,6% no primeiro trimestre em relação ao último trimeste de 2012, o ministro começa a revisar sua estimativa para baixo, insinuando algo inferior a 3,5%. Especialistas do mercado já falam em 2,0% a 2,5%. Eu, particularmente, reitero a estimativa feita em um artigo escrito no início de março, onde escrevi que não deveríamos esperar taxas entre 3% e 4%, mas algo muito inferior a isso! Aposto em algo ao redor de 1,5% a 2,0%. Espero estar errado, muito errado!
A badalada economia brasileira vem mostrando sinais de enfraquecimento. A inflação vem crescendo de forma alarmante. A geração de novos postos de trabalho está em desaceleração. Juros estão em alta. A balança comercial vem apresentando resultados decepcionantes. O câmbio oscila de forma preocupante. O índice de endividamento das famílias é muito alto e elas estão reduzindo seu consumo, o motor da economia interna. E o pior de tudo, o Governo mostra sua tamanha incapacidade em lidar com tudo isso. Está mais preocupado com o cenário político do que com medidas realmente necessárias para reverter o rumo econômico.
O Governo mostra também a sua falta de habilidade política quando tem dificuldades para aprovar uma medida provisória tão importante como essa que trata dos portos brasileiros. Se não abrir o bolso, nada conseguirá de seus “aliados”.
Diante disso, as empresas precisam tomar algumas atitudes que considero vitais para a sobrevivência e crescimento nesse momento tão preocupante e conturbado.
Primeiro, deverão aperfeiçoar seus mecanismos de gestão financeira. A grande maioria sequer tem uma DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, ferramenta importantíssima para a tomada de decisões. Algumas até têm uma DRE, mas a obtêm com 20, 30, 60 dias de defasagem. Guiam seus carros utilizando apenas espelhos retrovisores. No caso dos Embarcadores, muitas vezes faltam instrumentos de gestão dos custos logísticos; infelizmente, os tradicionais sistemas de custeio trazem pouco ou nenhum detalhe dos custos existentes, e mais raramente ainda, funcionam como uma ferramenta analítica de apoio à tomada de decisão.
Segundo, deverão melhorar seu processo de custeio e formação de preços. Infelizmente, a grande maioria das empresas não conta com uma inteligência nessa área. Trabalham na tentativa e erro, e colocam seu negócio em risco, diariamente, a cada novo cliente conquistado.
Terceiro, deverão trabalhar arduamente para reter seus talentos. Não poderão, em hipótese alguma, perder esse pessoal diferenciado, acima da média, capazes de promover as mudanças necessárias na empresa. Essas pessoas funcionam como agentes catalisadores, contribuindo diretamente para a inovação e para os resultados financeiros da empresa.
Quarto, deverão trabalhar na elaboração de contratos ganha-ganha, buscando um maior equilíbrio entre Embarcadores e Transportadoras. Muitas empresas sequer têm contratos, e aqueles poucos que têm, contam com cláusulas que pouco favorecem uma parceria de longo prazo. Normalmente tratam com detalhes os deveres da Contratada (neste caso a Transportadora), se estendendo por 2 ou 3 páginas, mas quando se referem aos deveres da Contratante (os Embarcadores), trazem uma ou duas linhas, em geral, relacionadas à obrigação do pagamento dos serviços prestados.
Quinto, deverão contar com indicadores de desempenho, metas e com uma metodologia de gestão que estimule o trabalho entre os diferentes níveis hierárquicos, departamentos e Clientes. E que tal pensar em uma remuneração atrelada ao desempenho (meritocracia)?
E por fim, deverão trabalhar de forma objetiva e eficaz na identificação de oportunidades de melhorias na empresa e na busca por alternativas para a redução de custos e melhores níveis de serviço. Aí é importante e vital, investir na capacitação de seu pessoal. Treinamentos, se bem realizados, motivam as pessoas e acrescentam novas competências. Infelizmente, em momentos como esse, de dúvidas e de certo pessimismo, as empresas deixam de investir na reciclagem e formação da equipe.
Não seja mais uma vítima da crise e da inércia intelectual. Não deixe esse momento de indecisão se apoderar da sua empresa e de seus colaboradores. Trabalhe para transformar uma eventual crise em um momento de grandes oportunidades!
*Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda