A expectativa em relação ao futebol do ano novo, passa por situações ocorridas em 2014. O início de um ano novo é consequência dos 12 meses anteriores. Vejam só: no futebol local, em 2015, o Avenida joga a Série A porque conseguiu o ascenso na temporada passada, enquanto o Santa Cruz mantém-se na Série B após ter almejado subir para a Primeira Divisão e ter quase caído para a Série C. Periquito na Primeira Divisão e Galo na Segunda, é uma realidade inédita, creio eu (sinceramente, não tenho certeza). O ano novo traz, portanto, algo que no mínimo pode ser considerado diferente. Vamos ver se ambos jogarão a Série A de 2016. É um objetivo possível.
Bom mesmo seria ver uma equipe de Santa Cruz do Sul em alguma competição nacional. Vamos torcer para que, um dia, isto aconteça. Avenida ou Santa Cruz na Copa do Brasil movimentaria os santa-cruzenses em torno do nosso futebol local, que, infelizmente, não recebe um grande apoio. O “x” da questão: como chegar à Copa do Brasil sem esse apoio? Não falo só de apoiadores financeiros, mas principalmente das torcidas. Mesmo os torcedores que comparecem ao estádio, em alguns casos, tratam os times com um certo desdém. É só sentar na arquibancada e perceber o comportamento de uma parcela do público. Acredito que Avenida e Santa Cruz, pelo esforço que fazem, merecem muito mais.
No que se refere à dupla Gre-Nal, os rastros de 2015 têm muito a ver com o ano que passou. Inverteram-se os papéis: Inter classificou-se à Libertadores, o Grêmio não. Isto pode ser decisivo no resultado do Campeonato Gaúcho. O Tricolor entra em vantagem para o Estadual, pois o tradicional adversário deverá voltar seus maiores esforços para a principal competição da América. É a chance para o Grêmio sair da fila e ser campeão. É um anseio dos tricolores: voltar a conquistar um título. Creio que seja bem possível, sim, ao menos no Gauchão. Mas o Grêmio precisa ir além. Uma das frases que marcam o clube deixa bem claro qual é o destino do Tricolor. “Nada pode ser maior”. Então…
A curiosidade de muitos torcedores, sejam eles colorados ou não, passa pelo desempenho de Diego Aguirre como treinador do Internacional. A experiência dele em termos de Libertadores pode ser muito positiva. Em 1987, ele fez o gol decisivo que deu o título ao Peñarol de Montevidéu. Em 2011, como treinador do mesmo clube, foi vice-campeão ao perder para o Santos. Foi semifinalista como centroavante do Inter, em 1989. Marcou o gol que deu a classificação ao Colorado para as semifinais (o Inter passou pelo Bahia nas quartas-de-final – 1 a 0 no Beira-Rio e 0 a 0 na Fonte Nova). Contra ele, reside o senso comum de que “treinador estrangeiro não dá certo no Brasil”. Um case de sucesso foi o argentino Filpo Núñez, que treinou o grande Palmeiras dos anos 60. Mas Núñez era radicado no Brasil, o que reforça o senso comum. Inclusive, ele treinou a Seleção Brasileira num jogo contra o Uruguai, terra de Diego Aguirre.
Nelson Treglia – interino