Primeiro, é preciso aceitar que existem diferentes conceitos e visões sobre o que é independência financeira. Ninguém consegue ir atrás e conquistar aquilo que não sabe o que é ou aquilo que não reconhece. A seguir, escolha um conceito que faça sentido para seus valores e seu estilo de vida. O que vale para seu vizinho, para o colega de trabalho ou para um consultor financeiro pode não fazer você feliz. Então, de nada vale. Há que ter independência inclusive de opinião.
Para alguns, ter independência financeira é não precisar mais trabalhar. Outros creem que é ser muito rico, talvez milionário. Há quem considere o fato de poder viver apenas de rendas, rendas passivas. Muitos querem ou declaram ter independência financeira sem ao menos saber dizer o que é isso. Alguns nunca a alcançarão, simplesmente pelo fato de que a ambição é tanta que nunca será o suficiente.
Independência precisa estar acompanhada de liberdade, mas nada impede que tenha limites.
Um monge ou um silvícola talvez se considere independente financeiramente porque não precisa de dinheiro para viver, ou pelo menos porque com muito pouco, quase nada, considere suficiente. Mais dinheiro pra quê? Pra ganhar preocupações e perder a liberdade?
Há alguns anos deparei-me com o conceito que faz mais sentido para mim até hoje: ser independente financeiramente é não precisar fazer nada que não se queira só por causa de dinheiro. Ao mesmo tempo, não precisar abrir mão de nada que se queira só por falta de dinheiro. Ter o bastante para o que se precisa e deseja de maneira razoável. Simples assim. Nem mais nem menos. Cada um à sua medida. Uns com muito, outros com pouco. Não precisa ser uma situação permanente ou definitiva. Os sonhos mudam. As necessidades também. Por que não os conceitos?
*Especialista em educação financeira e previdenciária