Ricardo Gais
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Apesar de haver poucas doses de vacinas contra Covid-19 disponíveis, estão sobrando imunizantes após o final da aplicação nos grupos prioritários. Cada frasco da vacina CoronaVac e Oxford contém 10 doses e que raramente podem vir a sobrar ao final do dia. Mas o que acontece com a ‘sobra’ dessas doses?
Cada frasco multidose possui 0,5 ml por indivíduo. Conforme o Ministério da Saúde, os profissionais de saúde envolvidos na aplicação do produto devem se certificar do volume a ser aspirado do frasco, de modo que cada um receba somente a dose exata e necessária. Todas as doses também devem ser utilizadas num prazo de até oito horas após a abertura do frasco, desde que ele seja mantido em condições assépticas e sob temperatura entre +2°C e +8°C.
De acordo com a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, as equipes são orientadas para evitar ao máximo que restem doses nos frascos, mas que se eventualmente sobrar, busca-se pessoas que pertencem aos grupos prioritários para recebê-las. Caso não encontrem ninguém e as doses estejam em vias de serem descartadas, contemplam-se outras pessoas. Ainda segundo a Prefeitura, as pessoas fazem fila aguardando a sorte de que reste alguma dose e muitas dessas pessoas são de grupos próximos aos prioritários, acima de 60 anos que possuem comorbidades, militares, professores, etc.
Butantan entregará 54 milhões de doses até agosto
Foram liberadas nessa segunda-feira, 29, pelo Instituto Butantan, mais 5 milhões de doses da vacina CoronaVac ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Com o novo carregamento, o total de imunizantes disponibilizado pelo instituto chega a 32,8 milhões de doses desde 17 de janeiro. Até o fim de abril, o total de vacinas garantido pelo Butantan somará 46 milhões.
A previsão do Instituto é entregar até o dia 30 de agosto mais 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões de unidades. Segundo o Butantan, a produção das vacinas segue em ritmo constante e acelerado.
Estudo se mostra eficaz contra a Covid-19
Publicado pela revista científica Nature, um estudo com um anticorpo duplo se mostrou capaz de neutralizar a Covid-19 e suas variantes, o que pode impedir a mutação do vírus de forma a tornar-se resistente a tratamentos e proteger camundongos contra a Covid-19. O tratamento foi desenvolvido por um consórcio internacional que inclui pesquisadores do Instituto Karolinska, da Suécia.
A imunoterapia baseada em anticorpos, como o Regeneron, já demonstrou ser eficaz contra a doença, mas enfrenta dois obstáculos: precisa agir contra as variantes circulantes e evitar a formação de novas variantes que podem escapar do tratamento, por meio de um mecanismo semelhante ao que leva algumas bactérias se tornarem resistentes aos antibióticos.
Para encontrar uma solução, o consórcio juntou dois anticorpos naturais em uma única molécula artificial chamada de “anticorpo biespecífico”, que tem como alvo dois sítios virais independentes simultaneamente. Ensaios pré-clínicos realizados em laboratório mostraram que o tratamento neutraliza potentemente o SARS-CoV-2 e suas variantes, incluindo a recente variante do Reino Unido. Além disso, o anticorpo biespecífico impede que o vírus mude sua estrutura para escapar da terapia.
O estudo realizado em camundongos foi feito com uma única injeção do anticorpo, o que reduziu efetivamente a carga viral nos pulmões e mitigou a inflamação típica da Covid-19. Os pesquisadores consideram esse anticorpo um candidato ideal para ensaios clínicos em humanos, com boas chances de sucesso, tanto na prevenção e no tratamento da doença. (Com informações do jornal O Globo).