Temos visto que virou moda para alguns políticos e seus seguidores dizer que terminou a era do “politicamente correto”. Tal postura conduz ao questionamento de saber o que é o “politicamente incorreto”?
Sabemos, ou sabíamos que o politicamente correto se define por respeito aos mais idosos, grávidas, deficientes em filas de banco ou no uso de transporte coletivo, ou então, não fumar em ambientes fechados, respeitar os horários de silêncio nos condomínios e o direito do vizinho em não ser obrigado a ouvir a música que escuto em minha casa ou apartamento. Ser gentil, cumprimentando as pessoas que acompanho no elevador, ou então dar preferência para senhoras e seus filhos em refeições coletivas. Ainda podemos citar que tentar localizar o dono de qualquer objeto que tenha sido encontrado na rua, dentre tantos outros exemplos que poderia se citar aqui, que me parecem exemplos de atitudes que têm por base um modo de agir, que pode ser traduzido como o “politicamente correto”.
Em grande parte, os exemplos acima acabaram virando lei, e portanto, já fazem parte de plexo normativo, e em suma traduzem uma cultura de boa convivência social, ou ao menos uma tentativa de regular e pacificar as relações sociais.
Mas a pergunta que fiz no início do texto, é o inverso, o que representa afinal de contas o “politicamente incorreto”? Não tenho muito claro, pois até hoje, nunca ouvi alguém que defenda tal postura dizer quais as posturas que representam tal forma de pensar. Arrisco dizer que parece ser aquela postura de levar vantagem em tudo; De não levar desaforo para casa; Usar revólver na cintura em qualquer lugar; Acreditar que não há riscos ambientais no planeta; Fazer piadas de negros, gordos, gays, pobres, mulheres feias, etc; Não reconhecer o mérito do outro por discordar da visão de vida deste. Em resumo, ao que presumo, as posturas acima descritas talvez descrevem o que defendem os arautos da tese do “politicamente incorreto”.