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O muro é do PT

Depois do PSB “morrer na praia”, algumas perguntas não saem da cabeça do eleitor: Após acusar o PT de espalhar boatos e calúnias visando desconstruir sua imagem, será que Marina apoiará o PSDB? Depois de Aécio ter dito que a ex-senadora é a “Dilma com outra roupa”, será que a pessebista irá ajudar a atual presidenta a se reeleger?
A executiva do partido de Marina se reuniu durante a semana e confirmou apoio à Aécio no segundo turno. Porém, até o momento que finalizo esse artigo (quinta-feira, 16:23h), ela ainda não havia oficializado sua decisão. E, apesar da ex-senadora, em sua primeira aparição após a derrota, ter sinalizado apoio a Aécio, quem pode dar certeza para onde ela vai daqui até o dia 26? Você pode? Eu não.
Ah, e tem uma grande probabilidade dela ficar outra vez em cima do muro. Sim, outra vez, já que quatro anos atrás, quando também terminou em terceiro, adotou a neutralidade e não apoiou nem Serra nem Dilma. Daí deu Dilma.
Sinais? Márcio Fraga, presidente do PSB paulista, declarou: “No que depender da gente, nossa posição será para o Aécio”. Beto Albuquerque, vice de Marina, confessou: “Eu teria dificuldade de votar no PT, uma candidatura que desferiu todo tipo de golpe para estar onde está hoje”. Entretanto, Roberto Amaral, presidente nacional do PSB e amicíssimo da presidenta, disse que gostaria de apoiar o PT, mas prefere adotar a neutralidade.
O certo é que Marina está num dilema: se apoiar os tucanos corre o risco de ser acusada de “ir para a direita”. Caso fique do lado dos petistas estará indo contra um dos principais motes de sua campanha, a renovação política. E se decidir não declarar apoio a nenhum dos candidatos, será rotulada de “omissa” – outra vez.
É como se Marina estivesse em cima de um muro que separa dois grandes grupos. De um lado estão os tucanos e do outro os petistas. A mulher de 22,1 milhões de votos, indecisa, observa os tucanos a chamando sem parar: “Ei, Marina, desce do muro e vem pra cá! Vamos mudar o Brasil”.
Já os petistas só observam. Ela, então, pergunta a Dilma: “Os tucanos estão me chamando para descer e ficar do lado deles. Por que você e seu grupo não dizem nada para me convencer a descer para o lado de vocês?”.
A líder petista responde: “É porque o muro é nosso!”. (Quiçá, enquanto você lê esse artigo, já saibamos a resposta).