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O jovem que puder ver o futuro poderá sonhar

Não há palavras para descrever o que senti ao ler a matéria publicada em um jornal sobre o pedido de perdão de uma mãe aos pais do jovem assassinado a facadas por seu filho, em frente a um clube social em Cachoeira do Sul, no carnaval de 2005.
“Queria que eles me perdoassem. Ele era um menino excepcional e não merecia nada do que meu filho fez. Sou mãe e sei a dor que essa família está sentindo” – desabafou.
Desgraçadamente, uma das recomendações dadas aos jovens é a de curtir a vida “adoidado”. Que significa isso? Uns dizem que curtir a vida é “fazer tudo aquilo a que tem direito”, outros, que é “experimentar os prazeres do mundo”. Nessa busca por curtir a vida, muitos, na verdade, estão desperdiçando-a e até mesmo destruindo-a.
Aqui em Caxias grupos formados por garotos e garotas entre 12 e 19 anos promovem brigas generalizadas apenas para ostentar poder nos bairros e escolas. Um levantamento em redes de relacionamento constatou cerca de 40 bondes (gangues de jovens) atuando na cidade. Nos perfis dos grupos os integrantes se exibem com armas e as meninas aparecem seminuas com o nome dos grupos desenhado nas partes íntimas.
O certo é que esse comportamento é típico da adolescência, quando o jovem acha graça de seu desprezo às normas mais elementares de convivência e não hesita em cometer todo tipo de excesso. E uma das formas dessa onda ser estimulada é quando a violência é mostrada como diversão pela mídia. Há mensagens em filmes, desenhos animados e jogos de videogame que induzem o jovem a pensar que ser violento é normal e parte da rebeldia típica da fase. E o resultado está aí: famílias feitas em “frangalhos” e adolescentes irrealizados, sem perspectiva de um futuro promissor, que se sentem fortes por viver à margem da lei.
Será que o próximo governo contribuirá para a atuação do jovem como agente multiplicador de ações positivas em nossa cidade?
Fiquei mais esperançoso quando um candidato a prefeito olhou com bons olhos o projeto que mencionei no artigo “Estudar sem um objetivo é como uma pedrinha no sapato”, que possibilita o estudante acompanhar um profissional em suas atividades durante um determinado dia do ano a fim de servir de preparação para seu futuro, e me solicitou mais informações. Quem leu a coluna sabe que sou um “cabeçudo” defensor da teoria que o jovem que puder ver o futuro poderá sonhar. Isso diminui as chances dele cair na delinquência.