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O Grêmio de 1995

Sábado passado, tratei um pouco aqui sobre os anos 90. O grande time que marcou aquele período no Rio Grande do Sul, e um dos que marcaram a década no Brasil, foi o Grêmio de 1995/1996, treinado por Felipão. Agora em 2015, o título do Tricolor na Libertadores 1995 completa 20 anos. Naquela época, muitas mulheres começaram a torcer por futebol, talvez em função do tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira um ano antes. Tanto para meninos quanto para meninas, principalmente adolescentes, surgia a moda de vestir camisetas de times de futebol. Em nosso estado, o Grêmio dominou aquela década, numa extensão da também vitoriosa década de 80 para os tricolores.
Os anos 90, especialmente a partir de 1994, com o título do time gaúcho na Copa do Brasil, foram o período da “Gremiomania”. Hoje, imagino uma torcedora gremista, com 30 e poucos anos, lembrando aqueles tempos e rezando: “Por favor, Senhor, que o Felipão faça o Grêmio sair campeão”. Essa moça, em 1995, deveria ter uns 12 anos de idade, uma pré-adolescente que se apaixonou pelas façanhas do “Imortal Tricolor”. Vinte anos depois, Luiz Felipe Scolari é novamente o técnico do time. Então, com o velho e bom Felipão, é possível que esta bela moça grite outra vez: “É campeão”.
 
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Em 1995, o Grêmio foi campeão da Libertadores – o segundo título do clube na história da competição – com o seguinte time-base: Danrlei; Arce, Rivarola, Adílson e Roger; Dinho, Goiano, Arílson e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Jardel. Onze grandes jogadores, do ponto de vista técnico. Um time de garra e superação. No aspecto tático, bem organizado e com variações. O paraguaio Arce, lateral-direito, era um jogador extremamente ofensivo, enquanto Roger, lateral-esquerdo, marcava de forma brilhante e fazia a função de terceiro zagueiro, ao lado do também paraguaio Rivarola e de Adílson. Danrlei se desempenhava de maneira formidável em diversos jogos e escrevia sua trajetória de ídolo e herói do Grêmio.
O que dizer do meio-campo? Os volantes Dinho e Goiano, além de protegerem a defesa, possuíam enorme qualidade no passe. Goiano, por sinal, era um ótimo cobrador de faltas, da mesma forma que Arce. O jogador central da equipe era o meia Arílson, um canhoto habilidoso e competitivo. Carlos Miguel, outro canhoto de extrema qualidade técnica, fazia o lado esquerdo marcando e atacando, mas não ficava estático por lá. Dois meias canhotos? Um time torto? Não. Arce, pelo lado direito, subia constantemente e o atacante Paulo Nunes reforçava o flanco destro. Com força e qualidade na direita, na esquerda e pelo centro, Jardel era bem abastecido. Muito lembrado pelos gols de cabeça, o centroavante era eficiente por baixo também. Que time!
 
Nelson Treglia – interino