O goleiro e o centroavante
Um balanço de 2014 sobre a dupla Gre-Nal, realizando aquele velho comparativo, aponta para uma clara vantagem do Inter. O Colorado ganhou mais um Gauchão, classificou-se para a Libertadores e venceu mais clássicos do que o tradicional adversário. Mas, em relação ao Inter, ainda existe o aspecto decepcionante de mais um ano sem título nacional. Desde 1992, não vence a Copa do Brasil e, desde 1979, o Campeonato Brasileiro. Vamos dizer que vença a Libertadores em 2015. Aí neste caso, ninguém se preocuparia com título nacional. Porém, quais são as reais perspectivas? Um dos principais desafios colorados é montar uma equipe capaz de jogar um futebol apreciável, organizado, criativo e capacitado no aspecto tático. Um time com bons jogadores, mas que, sobretudo, funcione no aspecto coletivo. Não vi muitos jogos do Inter neste ano, mas, se tomarmos como base o encerramento contra o Figueirense, o desempenho da equipe neste último jogo foi “de chorar”. Dificuldades em todos os setores: vulnerabilidade defensiva, meio-campo ausente e o ataque foi salvo “pelos poderes de Grayskull”. Como diriam Ruy Carlos Ostermann e o saudoso Cláudio Cabral, como é importante ter goleiro e centroavante! Se o time está uma droga, estes dois podem fazer a diferença a favor. Se o time está bem, eles podem fazer a diferença contra. No caso do Inter, valeu a primeira alternativa contra o Figueirense. Poxa, que maravilha era ouvir no Sala de Redação o professor falar em Marco Van Basten, citando aquele gol antológico em Holanda x União Soviética na Eurocopa de 1988. Queria descrever aqui, mas procurem na internet e vejam. O He-Man fez um gol mais simples, mas salvou o Inter da derrota e deu um gás para o time virar o jogo. Wellington Silva, no maior estilo “criticado, criticado” criado por Lauro Quadros, fez o gol da vitória. Esforçado pra caramba o Wellington Silva, é justo reconhecer. E Alisson, o goleiro, tirou o time nas costas.
Mais do mesmo
Por falar em Libertadores e balanço da dupla Gre-Nal, o ano do Grêmio poderia ter sido épico, mas… “More of the same”. Mais do mesmo. Triste. Na Libertadores, o Grêmio teve a faca, o queijo, o pão, o salame, a maionese, poderia ter escolhido manteiga… Se bobear, as batatinhas e alguma bebida pra acompanhar… Tudo isso nas mãos para eliminar o San Lorenzo, que posteriormente seria campeão da América de 2014. Mas… “More of the same”. Tudo bem que o Grêmio, passando, pegaria o campeão do Brasil, o Cruzeiro, que, convenhamos, “no es nada del otro mundo”. Digamos que Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro não são extraterrestres, nem nada parecido. E olha quais foram, além do San Lorenzo, os semifinalistas da Libertadores: Defensor Sporting, Bolívar e Nacional do Paraguai. O Grêmio tinha condições de ganhar a Libertadores, mas…
Nelson Treglia – Interino