Fiquei curioso para saber as origens do 4-4-2, um esquema bastante utilizado nas décadas de 1980 e 1990. Uma das referências mais antigas que eu tinha sobre essa tática, era o time do Internacional campeão gaúcho em 1978, do técnico Cláudio Duarte, que colocou em campo um “quadrado” de meio-campo, com Caçapava, Batista, Falcão e Jair. Nos meus primórdios acompanhando futebol, em 1989, lembro do Grêmio campeão da Copa do Brasil, também treinado por Duarte, com o seguinte meio-campo: Jandir, Lino, Cuca e Assis.
Sempre é bom destacar que o 4-4-2 envolve, além do goleiro, quatro defensores, quatro meio-campistas e dois atacantes. Ao pesquisar na internet, um nascedouro do 4-4-2 é a Inglaterra campeã mundial em 1966, treinada por Alf Ramsey. A ideia de Ramsey era jogar sem ponteiros e reforçar o meio-campo, para poder controlar a partida nesse setor. No ataque, permaneceriam dois avantes centrais.
O Inter de 1978 e o Grêmio de 1989, guardam uma semelhança: no ataque, os times contavam com um centroavante e um ponteiro. No Inter, o centroavante era Adilson e o ponteiro, Valdomiro. No Grêmio, Kita e Paulo Egídio, respectivamente.
Houve uma formação clássica do Milan, no final dos anos 1980, que fazia um 4-4-2 com duas linhas de quatro jogadores (defesa e meio-campo eram essas linhas). No ataque, o técnico Arrigo Sacchi colocou um meia avançado (Gullit) e um centroavante (Van Basten). Sacchi repetiu a fórmula na seleção italiana de 1994: uma linha de defesa, outra de meio-campo, e no ataque, Roberto Baggio (meia avançado) e Massaro (centroavante). A Itália foi vice-campeã mundial em 1994.
Essa formação de ataque foi tentada por Eduardo Coudet no Internacional de 2020: D’Alessandro (meia avançado) e Guerrero (centroavante). No Grêmio de 2016, do técnico Renato Portaluppi, algo semelhante: Douglas e Luan, respectivamente. Digamos que Luan seria um “falso centroavante”.
Tanto o Milan dos anos 1980 quanto o Grêmio de 2016, dois times campeões, variavam de um 4-4-2 em defesa para um 4-2-3-1 ao atacarem. Naquele time do Grêmio, um aspecto interessante, o ponteiro-esquerdo (atacante) Pedro Rocha compunha o quarto jogador de meio-campo quando o time defendia, deixando Douglas e Luan sem responsabilidade de marcação na meia-cancha. Ou seja, em postura defensiva, Douglas não era meio-campista, e Pedro Rocha, sim, era meio-campista.