Neste domingo, celebramos o Dia do Trabalho, uma data muito importante quando consideramos as conquistas e o reconhecimento do trabalhador ao longo de nossa história no Brasil e no mundo. Nossa comemoração ainda não plena, haja vista a situação da população economicamente ativa, que amarga neste dia a falta de emprego.
Vivemos sob a sombra de um grande volume de desemprego, seguido da ausência de uma estabilidade econômica capaz de fazer crescer de maneira sustentável toda a economia, permitindo assim a ocupação de mais e mais trabalhadores. Neste sentido, o 1º de maio ainda permanece como um grande símbolo de conquistas, mas com um, igualmente grande, caminho a percorrer.
Por outro lado, nossas federações e sindicatos tiveram um papel crucial para o acúmulo de conquistas no avançar do tempo. Muitas vezes, aos trabalhadores, este papel de representatividade é difícil de ser compreendido, ele necessita ser construído dentro de uma relação saudável no tripé empresa, entidade e trabalhador. É preciso que este relacionamento ocorra no mais alto nível, pois de forma geral, fazemos parte todos da mesma cadeia produtiva. Não tem emprego sem empresa, não tem empresa sem empregado e não existe relação saudável sem sindicato.
Para que as empresas tenham uma mão de obra qualificada, uma cadeia produtiva forte e ativa, torna-se muito importante a presença de um sindicato atuante para garantir a aplicação da lei, ofertando a segurança necessária ao trabalhador. Isso tudo, dentro de um ambiente saudável, por meio das relações entre empresas, sindicatos e trabalhadores é hoje uma das grandes conquistas do 1º de maio.
Ainda se está longe do ideal, tanto de empregabilidade, quanto nas condições que estas relações acontecem. Infelizmente, necessitamos falar neste dia de festa que o trabalho análogo à escravidão ainda sobrevive em nosso país-continente chamado Brasil. Por isso que um sindicato forte e uma federação que o represente, também fortalecida, abusos como estes são mais difíceis de acontecer.
Em uma sociedade livre e justa como a nossa precisa ser sim, baseada na legalidade, com as relações ocorrendo dento de uma legislação moderna, com trabalhadores representados por entidades fortes, transparentes e que primam pela lisura em seus processos. Isto é o que assegura a dignidade dos nossos trabalhadores, que os motiva a continuarem suas jornadas e faz, na data de hoje, termos a possibilidade de comemorar. Trabalhadores, feliz dia.
Gualter Baptista Júnior é presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo) e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa)