A reeleição da Presidente Dilma é um marco divisor que transformou o País numa República de versões, e que não há possibilidade de consenso que viabilize uma pacificação de curto prazo, em razão das condições dadas durante todo o segundo mandato da Dilma e do golpista Temer, que culminou com o desastre Bolsonaro, que num curto espaço de seu mandato, demonstrou que não encontra-se a altura do cargo de mandatário do País.
O derrotado Aécio Neves e seu partido não aceitaram o resultado das urnas, e por tal razão patrocinaram o Impeachment, sem esquecer que tal processo de afastamento do líder maior do País, somente ocorre quando estão presentes os requisitos de desgaste do governante, vontade popular e perda de base política parlamentar. Tais condicionantes estavam presente tanto no impedimento de Collor e Dilma.
É bem verdade, que tais ingredientes podem ser potencializados ou não, dependendo da capacidade do líder e seus auxiliares de antever o desastre para a formação da tormenta perfeita. Pode se dizer que tanto Fernando Henrique Cardoso e Lula, foram muito hábeis em seus oito anos de mandato, tendo articulação parlamentar e diálogo político razoável com vários setores da sociedade, o que os levou até o fim de seus mandatos.
Frente ao quadro histórico sucinto acima desenhado, todos questionamentos que os analistas políticos estão fazendo, é como Bolsonaro irá sair das cordas? Como disse o historiador Marco Antônio Villa, como será possível acalmar o “macaco na loja de cristais”, referindo ao total destempero de Bolsonaro em tratar com os temas sérios, como o problema real da pandemia. Há evidencias claras de que boa parte da gordura política adquirida na eleição já foi queimada, aliado ao fato de ministros como Mandetta e Moro terem saído do governo como inimigos, e o mais grave, uma guerra com outros poderes que é tratada com total displicência. Ou seja, a tormenta está se levantando.
Assim, como o Presidente tem um apresso especial por bajuladores, estes para agradar falam asneiras impublicáveis, sendo que inclusive o Supremo terá que decidir se uma reunião do ministério pode ser assistida pelo povo, sem que as crianças saiam da sala.