Nesta sexta o mundo vai celebrar os 2020 anos do nascimento de Jesus Cristo, o líder dos cristãos que dividiu a contagem dos séculos e sedimentou uma nova visão dos homens sobre a fé, o amor ao próximo, a solidariedade e a união dos povos.
A curta trajetória de Cristo na face da terra foi o nascedouro de uma enormidade de discussões que até então não eram feitas no campo religioso, onde a cultura religiosa helênica havia sempre dominado até então.
Em cada Natal, o mundo repete conceitos que foram gestados com o nascimento de Cristo, e que com o decorrer dos séculos, foram sendo adotados por Monarcas e seus súditos, evidentemente também como forma de poder e dominação, mas que nos últimos 20 séculos transformou aproximadamente um quarto da população mundial em cristã.
Mas gostaria de chamar atenção, neste momento de renascimento das esperanças de uma nova fase que todos sempre esperam na virada do calendário, é fato de que os tempos em que vivemos transformou tudo em mercadoria. Não há Natal sem falar em presente. Não há festa sem consumo exagerado de comida e bebida. As pessoas, os amigos, os familiares são mero acessório. Com o mundo virtual, tornou-se tão simples a industrialização da felicidade, que o volume de mensagens pré-fabricadas que recebemos demonstra de forma inequívoca de que nada ou muito pouco significa tal mensagem para o remetente, senão talvez a sensação de dever cumprido mecanicamente.
Tenho para mim que mensagem do Cristianismo no mundo ocidental, teve o condão provavelmente involuntário de humanizar a fé e os enigmas que separam a vida e morte. Acho que mensagens como: amor ao próximo, repartir o pão e solidariedade com mais fraco são fundamentos que ultrapassam os dogmas de qualquer religião, e servem para todos os povos, cristãos ou não. Em um momento histórico como vivemos, onde alcançamos uma enorme capacidade de informação, deve a religiosidade e a fé serem elementos de pacificação dos povos, e essa pacificação deve começar no ambiente em que vivemos, para que possa refletir no conjunto da social.
Assim, neste Natal façamos que com os mimos que formos dar aos amigos e familiares sejam somente um adereço ao amor e afeto que sentimos por eles, e tenhamos capacidade neste momento tumultuado em que vivemos saber divisar o que é essencial para nossa vida, daquilo que é meramente passageiro e acessório. Um Feliz Natal.