A pandemia obrigou o governo federal a pagar o auxílio emergencial no ano passado. Com a aplicação desse programa, o governo percebeu que dezenas de milhões de pessoas vivem na informalidade. Assim, foi gestada uma possível ampliação do Bolsa Família, mas a ideia não andou para a frente, pois o governo não encontrou recursos financeiros disponíveis. Em 2021, com o agravamento da pandemia, o auxílio emergencial volta a ser pago.
A reaplicação do programa evidencia uma situação triste do Brasil: existe muita pobreza no País, embora tenha havido um combate à desigualdade social nas últimas décadas. Fica claro que a economia brasileira não dá conta dos problemas sociais: ela não cresce o suficiente e é muito mal distribuída. Diante dessa realidade, o governo precisa investir fortemente em programas sociais, uma realidade que já vem de muito tempo e da qual não se pode escapar. Portanto, com a situação colocada dessa forma, os programas sociais deverão continuar a ser bem considerados. Caso contrário, muitos brasileiros não terão condições de sobrevivência, pois não há oportunidades de trabalho para todos.
Claro que, em governos passados, muitas pessoas conseguiram ascender socialmente. Isso ainda será possível para muitos, desde que os setores público e privado estejam abertos a essa perspectiva de ascensão. Uma das principais lideranças do País, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, crê na perspectiva de melhoria de vida para um grupo muito significativo de brasileiros. “Precisamos acreditar em uma política inclusiva e progressista”, disse FHC em entrevista recente ao canal MyNews. A presidência de FHC teve suas falhas e foi um exemplo discutível de mistura entre social-democracia e neoliberalismo, mas sua opinião é extremamente válida. Sem dúvida, precisa haver uma perspectiva para que mais pessoas consigam ascender socialmente e fortaleçam a classe média.