O país vive uma fase de sua história em que há uma tentativa de simplificação de sua identidade. Seria o Brasil apenas uma nação em “verde e amarelo” ou seria algo bem maior? Ao fazermos uma análise da trajetória do país, é possível perceber as nuances que se refletem até os dias atuais. Claro, essa análise pode se permitir a recortar parte da nossa história, pois é mais acessível escolher um período e tentar compreendê-lo, para assim entender ao menos parte da nossa identidade, ou melhor, das nossas identidades.
Um período significativo da história brasileira, é o período colonial. Digamos que não se trata de um recorte muito específico, pois o “Brasil colônia” abrange 322 anos, entre 1500 e 1822, portanto, da chegada de Pedro Álvares Cabral até a independência política declarada por Dom Pedro. É bem perceptível, nesses mais de três séculos, o aspecto multifacetado do Brasil. A forte presença indígena, o colonialismo por parte dos portugueses, as presenças francesa e holandesa, a grande influência africana.
Durante o período colonial, o Brasil não possuía sequer uma administração centralizada dentro do nosso território, respondendo a Portugal, um dos fatores que levam historiadores a chamarem o período de “América portuguesa”, muito mais do que propriamente “Brasil colônia”. O próprio termo “América portuguesa” é bastante relativo, se levarmos em consideração as múltiplas influências culturais, vindas, como apontadas acima, de diferentes partes do mundo, sem esquecer dos indígenas que aqui já viviam antes do período colonial.
Todo resgate histórico nos ajuda a compreender o Brasil como um país repleto de diversidade. Acima de tudo, somos um país de identidades, no plural.