A história da humanidade é marcada, em diversas ocasiões, por guerras e desunião. Mas também somos capazes de grandes feitos e ações coletivas. Em uma fase difícil como a atual, devido à pandemia do novo coronavírus, temos uma oportunidade de demonstrar união, apesar do isolamento social ao qual somos obrigados para combater a doença. Ironicamente, é no isolamento que podemos demonstrar unidade, neste momento.
Não é a primeira vez que a comunidade humana está diante de um forte desafio. Segundo a Wikipédia, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve entre 70 milhões e 85 milhões de mortes – grande parte das vidas encerradas foi de europeus. O conflito deixou o Velho Continente arrasado. Porém, com a região recuperada e fortalecida, no início dos anos 90 foi criada a União Europeia, com a participação de diversos países.
Inclusive, países que haviam sido inimigos na Segunda Guerra são aliados, atualmente, na União Europeia. A formação desta unidade continental foi uma demonstração de pujança social e econômica, o que contrasta bastante com o cenário pós-Guerra. Se em 1945 a situação da Europa era desastrosa, em 1992 (ano da criação da União Europeia) havia a celebração da prosperidade – em uma união desenvolvida ao longo de décadas, pois, desde os anos 50, a unidade continental estava sendo gestada.
A União Europeia tem passado por suas fissões, é bem verdade, como o caso da saída do Reino Unido. Mas, sejamos justos, a recuperação da Europa pós-Guerra serve de inspiração para a fase que vivemos em 2020, com o novo coronavírus. É possível nos unirmos e vencermos desafios gigantescos. É bom esclarecer que, em termos de mortalidade, os números do coronavírus não terão a dimensão da Segunda Guerra. Mas, independente disso, o momento é de muito cuidado, e devemos nos inspirar em bons exemplos.