Ricardo Gais
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Após semanas registrando expressivos números de casos positivos para a Covid-19, a situação da pandemia em Santa Cruz do Sul da sinais de estabilidade. Um dos motivos é a queda de casos confirmados e o alto número de pessoas que já estão recuperadas da doença.
A situação estava crítica no final do mês de dezembro do ano passado e início de janeiro deste ano, no qual o número de confirmações por dia estava em uma média entre 50 a 80 novos casos, além do aumento de pacientes internados em leitos clínicos e óbitos em virtude da doença.
Na região do Vale do Rio Pardo, Santa Cruz é a cidade que concentra os maiores números da pandemia, até essa segunda-feira, 1º de fevereiro, são 6.105 pessoas que testaram positivo para a doença e 48 vieram a óbito. No entanto, deste total, 5.688 pessoas estão recuperadas, ou seja, o vírus está ativo em 369 moradores do Município que se encontram em isolamento domiciliar.
No gráfico é possível perceber o aumento dos casos nos meses de dezembro e janeiro – os mais críticos até o momento. Apenas dezembro teve 1.928 casos confirmados, e recuperados eram 1.549 pacientes. Já no mês de janeiro, apesar de ter sido confirmado um número elevado de casos na primeira quinzena, a situação recuou e os novos registros diários caíram de 50 para uma média de 20 casos por dia. Estes números começam a dar um sinal de estabilidade da pandemia apesar de o mês de janeiro ter registrado o maior número de óbitos até agora: foram 22 mortes, 13 a mais que dezembro, que registrou nove mortes.
Bandeira vermelha
Na 39ª rodada do Distanciamento Controlado a região de Santa Cruz do Sul manteve a classificação de bandeira vermelha. De acordo com o Governo do Estado, dos quatro indicadores regionais, o Município alcançou classificação de risco máximo em dois deles: em número de hospitalizações por Covid-19 para cada 100 mil habitantes. Com aumento nos registros de 26 para 44 registros na semana de apuração dos dados, o que representa uma variação de 69%. A quantidade de novas hospitalizações em proporção da população é bastante elevada, refletindo na bandeira preta para o indicador de incidência na região.
Também foi registrado 11 novos óbitos, uma queda de 8% em relação aos registrados na rodada 38 – 12 mortes. No caso do indicador de ativos sobre recuperados, a região registrou 874 ativos e 2.918 recuperados. Com isso, a razão entre as duas variáveis ficou em 0.30, estabilidade em comparação a mensuração anterior.
Mais vacinas para Santa Cruz
Ontem, a Secretaria da Saúde (SES) distribuiu 224,2 mil doses da vacina da CoronaVac contra a Covid-19 às Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS). Dessas, a 18ª CRS recebeu 5.250 doses que serão distribuídas aos 13 municípios da região para aplicação da segunda dose nos grupos prioritários que já receberam a primeira dose, conforme o plano de imunização. Santa Cruz do Sul ficou com 2.460 doses para o complemento desta primeira etapa da vacinação.
Do total de vacinas já recebidas – 4.240 doses da vacina contra a Covid -, 3.166 já foram aplicadas até a última sexta-feira, dia 29, em Santa Cruz, o que significa um percentual de 75%. Encontram-se imunizados com a primeira dose da CoronaVac e AstraZeneca, os profissionais de saúde da linha de frente, ou seja, aqueles que têm contato direto com pessoas doentes, em UTIs, alas de internação Covid, pronto atendimentos, Samu, urgência em pediatria, Ambulatório de Campanha e outros.
A vacinação também já foi ofertada para todos os profissionais que atuam na rede de atenção básica do Município, incluindo todas as unidades e postos de saúde. Nos últimos dias, as equipes começaram a imunizar os profissionais que atuam em clínicas de hemodiálise e oncologia, Farmácia Municipal e unidade de atendimento do Exército.
Na avaliação da secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke, o curso da vacinação em Santa Cruz está dentro da expectativa. Ela ressalta o fator organização como responsável pelo êxito nesta fase inicial da campanha. “Estamos atingindo um bom quantitativo de pessoas já imunizadas e seguindo rigorosamente a ordem de prioridade recomendada pelo Estado. Podemos afirmar que estamos avançando gradativamente e de forma bem tranquila”, disse.
Continue se prevenindo
Com a vacinação iniciada nos grupos prioritários, esse fato traz um alento à população, no entanto, as medidas de prevenção ao novo coronavírus ainda são essenciais para o combate desta doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já indicou que a imunização de grande parte da população não deverá ser atingida em 2021 e pede que as medidas de prevenção da pandemia devem continuar sendo praticadas até o fim deste ano, pelo menos.
Já os que foram vacinados, a recomendação de uso de máscara, álcool gel e distanciamento também prevalece. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, a imunização de rebanho só deverá ser alcançada se o mínimo de 60% da população estiver vacinada. Mas ele destaca que, mesmo que o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) seja sólido e se consiga vacinar parte da população brasileira até o fim do ano, o vírus ainda estará em circulação.