LUÍSA ZIEMANN
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O mês de novembro foi marcado por mais um movimento que objetiva alertar a população sobre o câncer. O Novembro Azul – uma campanha internacional, comemorada inicialmente na Austrália, desde 2003 – volta-se para a conscientização do público masculino a respeito do câncer de próstata, uma das maiores causa de morte entre os homens. Além de alertar a todos sobre a importância de conhecer essa doença e da realização de um diagnóstico precoce, o objetivo é também quebrar tabus, uma vez que o câncer de próstata ainda é tratado com muito preconceito pelos homens.
O mês de novembro foi o escolhido para a divulgação da campanha porque no dia 17 é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. Durante todo o mês, ações são realizadas com o objetivo de alertar sobre a doença e, assim como no Outubro Rosa, vários pontos turísticos do país e do mundo são iluminados, dessa vez no tom de azul.
Por conta de falta de conhecimento, ou muitas vezes preconceito, muitos homens deixam de realizar o exame clínico, feito através do toque retal. Por isso, muitos preferem não procurar o urologista, fazendo com que o diagnóstico seja realizado tardiamente. A doença é complexa e quase sempre assintomática no início, porém em estágios mais avançados, ela pode proliferar e atingir outras regiões do organismo, como os ossos, fígado e pulmão. Essa etapa do câncer é chamada de metástase e pode causar um grande impacto na qualidade de vida do paciente.
Segundo dados do DataSUS, em 2021, 55,71% dos pacientes iniciaram seus tratamentos em estágio avançado no Rio Grande do Sul. Além disso, 176 pessoas acabaram morrendo em decorrência da doença no ano passado. As informações referentes à doença em todo o Brasil estimam que o câncer de prostáta atingirá 65 mil homens este ano, principalmente idosos. Atualmente, a enfermidade já corresponde a 29% do total de tumores no público masculino.
Em todo o País, 99,11% dos homens iniciam o tratamento sistêmico acima dos 50 anos, com uma média de 30.460 pacientes iniciando seus tratamentos por ano. Apesar de existirem protocolos terapêuticos específicos, cada jornada é única. Por isso, é tão necessário garantir o tratamento certo para cada paciente. A falta de acolhimento pode afastar as pessoas dos consultórios pelo medo de sofrer preconceito e de não terem suas necessidades atendidas. Portanto, uma equipe multiprofissional acolhedora faz toda a diferença na jornada de tratamento.
Para mudar a situação do câncer e de outras doenças no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) criou a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNSH), facilitando e ampliando o acesso aos serviços de saúde com qualidade para população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa política ajuda a aumentar a quantidade de diagnósticos, diminuir a mortalidade e melhorar as condições de saúde do homem.