Os próximos meses serão de vida política agitada no Brasil, pois, em outubro, o país escolherá prefeitos e vereadores para um período de quatro anos. A reflexão sobre a democracia é inevitável em um ano como este. Contudo, a política e a democracia se constroem dia a dia, ano a ano, e não apenas em tempo de eleição. Nos últimos anos, por sinal, há uma discussão que estabelece a seguinte dúvida: nosso sistema democrático está definhando?
Este debate foi colocado em pauta devido ao processo de impeachment que retirou Dilma Rousseff do cargo de presidente da República, e também em função da eleição de Jair Bolsonaro. São questões um tanto específicas que já foram amplamente discutidas, mas, colocando a temática da democracia em um espectro conceitual maior, uma pergunta que podemos fazer é: “De fato, vivemos em um sistema democrático?”
Dois conceitos nos ajudam a, pelo menos, tentar esclarecer esta questão, mais do que propriamente encontrar uma resposta. Um desses conceitos é o termo “democracia”, que, em sua origem grega, significa “governo do povo”. O outro termo, em oposição ao anterior, é “oligarquia”, que quer dizer, no dicionário do Google: “Preponderância de um pequeno grupo no poder”.
Ao pormos estes dois conceitos frente a frente, nos deparamos com mais um questionamento crucial: “Vivemos em um sistema democrático ou oligárquico?” Aí despertam, na discussão, outros elementos da sociedade, especialmente a brasileira: além da concentração do poder político em poucas mãos, temos a concentração de poder econômico em uma minoria da população, e a restrição de uma educação de qualidade, também, em uma minoria. Sem dúvida, possuímos muitas características de uma oligarquia. Nossa democracia é muito relativa.