Sangue e suor a caminho das urnas
Três chapas (foto) vão disputar a Prefeitura de Santa Cruz do Sul no pleito deste ano: Kelly (PTB) e Campis (PT), Silvério (PSTU) e Carlitos (PSTU) e Telmo (PP) e Helena (PP). A dosar pelo tom das convenções a disputa vai ser acirrada, cabeça a cabeça. Os candidatos, ao que se viu, prometem doar seu sangue pelas siglas que representam. O registro das candidaturas encerra na quinta, 5 e a campanha começa na sexta-feira, 6. Dia 21 de agosto começa o horário gratuito no rádio e TV, que vai até o dia 4 de outubro, quando também finda o prazo para debates. No dia 5 de outubro finda a propaganda eleitoral na imprensa escrita e no dia 6, a propaganda por amplificadores de som e distribuição de material gráfico e carreatas. A eleição se dá no dia 7 de outubro para 94.004 eleitores aptos para votar no município.
Arte sobre fotos: Alyne Motta
Oficializadas as candidaturas
A oficialização das candidaturas começou na sexta, 29, quando o PSTU lançou chapa pura, encabeçada pelo sindicalista Silvério Stölben, com o também sindicalista Carlitos Fredrich como vice. Em 2008 o partido já havia concorrido ao governo. No sábado, ocorreram mais dez convenções e foram confirmadas outras duas candidaturas. As esperadas surpresas não ocorreram ao menos aqui no município. Em convenção recheada de discursos ásperos, o PTB confirmou Kelly e Campis (PT). A frente de oposição lançou Telmo e Helena. Ambos do PP.
PTB
A candidata à reeleição pelo PTB, Kelly Moraes, 49 anos, é filiada à sigla desde 1990 e ingressou na vida pública como primeira-dama no governo de Sergio Moraes (1996/2003). Atuou ainda como secretária do Desenvolvimento Social e da Saúde neste período. Em 2002 foi eleita deputada federal e, em 2006, entrou para a Assembleia Legislativa gaúcha. Em 2008 foi eleita prefeita (a primeira mulher) de Santa Cruz do Sul. O candidato a vice, Luiz Augusto Costa a Campis, 55 anos, é sociólogo e filiado ao PT desde 1988. Foi professor, chefe de Departamento, pró-reitor, vice-reitor e reitor da Unisc e também presidiu a Apesc e o Corede. Foi vice-presidente da Associação Brasileira de Universidades Comunitárias – Abruc. Em 2004 concorre à prefeitura em chapa pura e em 2006 lançou-se a deputado estadual. Em 2008 elegeu-se vice-prefeito.
Foto: Rolf Steinhaus
Kelly com Campis e a esposa Helena, acompanhada dos vereadores situacionistas
e do presidente do partido Marco Borba, que comandou o encontro
PP
O candidato à majoritária pelo PP, Telmo José Kirst, 68 anos, é advogado e empresário. Foi vereador pela Arena em 1973 ficando até 1979 no cargo, quando passou a deputado federal. Atuou na Câmara por seis mandatos consecutivos, até 2003, quando passou para a Assembleia Legislativa. Foi secretário estadual de Transportes e Obras Públicas e na década de 2000, presidiu a Corsan e a CRM. Sua vice, Helena Hermany, 64 anos, bancária aposentada e filiada ao PP desde 1995. Foi primeira dama no governo Edmar Hermany (1992/1995). Em 2000 foi a vereadora mais votada e em 2004, elegeu-se vice de José Alberto Wenzel (PSDB). Em 2008 com o afastamento de Wenzel tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de prefeita. Na reeleição perdeu para Kelly Moraes (PTB). Em 2010 candidatou-se pela segunda vez a deputada estadual.
Foto: Rolf Steinhaus
Telmo e Helena comemoram a parceria para as eleições 2012, no Restaurante
Vila Souza, com seus simpatizantes
PSTU
O candidato a prefeito da sigla, Silvério José Stölben, 44 anos, iniciou na política no movimento estudantil, passando a atuar nas associações de moradores de bairros de Santa Cruz. Está no Sindicato dos Comerciários desde 1998 e foi candidato a vereador pelo PT nos anos 90 e, em 2007, filiou-se ao PSTU, para em 2008 concorrer a vice-prefeito pela sigla e, em 2010 a deputado federal. Seu vice é Carlos Alfredo Fredrich, 45 anos, que desde 1995 também atua no Sindicato dos Comerciários. Militou pelo PSOL e, desde 2007 é filiado ao PSTU. É o primeiro cargo eletivo que disputa.
Foto: Patrícia Schuster
Carlos Fredrich e Silvério Stölben, na convenção do PSTU que decidiu pela chapa pura
A força vem da união
A coligação situacionista, A Força do Povo, é composta por oito partidos: PTB, PT, PSB, PDT, PCdoB, PTdoB, PR e PSD. A oposição formou a coligação “Todos por uma Santa Cruz melhor” com PP, PSDB, DEM, PMDB, PPS, PV, PSC, PRB, PSL, PRTB e PHS. O PSTU avança com a coligação pura “Santa Cruz para o trabalhador”.
To contigo nas proporcionais
Fecharam aliança nas proporcionais o PTB e o PRdoB, o PT com o PSB, PCdoB e PR, o PDT e o PSD, o PP, DEM e PHS. Também coligaram nas proporcionais o PSDB e PMDB, e o PPS, PV, PSC, PRB, PSL e PRTB. O PSTU ficou com suas próprias forças e espaços.
Foto: Rolf Steinhaus
O PCdoB, do presidente Ernani Pereira, um dos pequenos que coligou (com o PT) para somar
Dispensa pegou
O Partido dos Trabalhadores (PT) que coligou nas proporcionais com o PSB, PCdoB e PR, teve que “dispensar” oito pré-candidatos à vereança, que gentilmente abriram mão da candidatura, por falta de vaga. Entra com 18 nomes masculinos e 8 femininos. Cassio Arend é o representante da sigla perante a Justiça Eleitoral.
Vai explicar isso
Análise ouvida nos bastidores de uma das convenções: “No passado Arena e PMDB eram opositores ferrenhos – eu ainda lembro as rusgas em família onde o pai era Arena e a mãe MDB. Então, a Arena migrou para o PDS e depois para o PPB e agora PP. O MDB virou PMDB, que no momento apoia o PP que era a Arena”. Em Sinimbu, por exemplo, adversários históricos também estão juntos, na campanha para a sucessão do prefeito Mario Rabuske (PP): Clairton Wegmann (PMDB) e Plinio Weigel (PP).
Parceria que deu certo
Em entrevista logo após oficializada a candidatura, Kelly Moraes (PTB) definiu como a primeira vitória da sigla, a permanência de todos os coligados e a agregação de três novos partidos. “Segue a dobradinha Kelly e Campis e o projeto é por conta de uma parceria que deu certo. Estou pronta para ser prefeita de novo”, anunciou.
Jogo duro
No salão do Avenida lotado de correligionários para a convenção, o deputado Sergio Moraes (PTB) declarou que esta vai ser uma das eleições mais difíceis: “não temos adversário, temos um inimigo do outro lado da trincheira, que joga baixo. Em outros tempos já invadiram minha casa no Faxinal, arrancaram nossas placas e compraram nossos cabos eleitorais. O jogo vai ser pesado”.
Gestão diferenciada
Telmo Kirst (PP) por sua vez, disse que foi motivado pelo amor que tem por Santa Cruz. Afirmou que não precisaria do cargo, porque já foi tudo que quis na política, mas que não pode fugir dessa convocação que é maior que ele. “Vamos implantar um modelo de gestão diferenciada, ser gestores de eficiência de qualidade”, adiantou. “Ninguém vai ouvir de mim uma única palavra ofensiva aos adversários. Não aceito provocação de quem passou pelo município e ajudou a o enterrar financeiramente”.
Amigos para sempre
O ex-prefeito Arno Frantz (PP), declarou emocionado: “lutei mais de cinquenta anos por esta terra, respeito e compreensão neste momento devem ser preservados”. O também ex-prefeito José Alberto Wenzel (PSDB) resumiu em favor do coligado: “Telmo é ação, emoção e coração”. Já o presidente do PMDB, Antoninho da Rocha desabafou: “milito na política há 40 anos e nunca votei no Arno, Telmo ou Helena – pequei na ação, mas nunca por omissão”. Fui corrido do PTB após 16 anos de militância pelo seu “todo poderoso”, o “dono do partido” que disse que eu não servia mais. Respondi com uma rasteira porque lutei para que esta coligação acontecesse (PP/PMDB).
Foto: Rolf Steinhaus
Arno Frantz recebe o abraço de Telmo Kirst
Presenças fortes
O PTdoB, da coligação A Força do Povo, trouxe para a convenção o presidente estadual Natalino Sarapio e também o presidente do Stifa, Sérgio Pacheco. O PP trouxe o deputado estadual Mano Changes e Marco Aurélio Ferreira, chefe de gabinete da senadora Ana Amélia Lemos, que inclusive fez uma sutil observação: “o Wenzel é o suplente mais faceiro que conheço, porque corre o risco de se tornar senador”.
Foto: Rolf Steinhaus
Wenzel (PSDB): o suplente faceiro e entusiasmado parceiro político do PP
Não era hora de mudar
O PDT decidiu no sábado a tentativa de racha ocorrida na executiva local, quando Rui Barbosa de Souza entrou com a proposta da chapa “Hora de Mudar”, que discutia uma aliança com a oposição e a conseqüente saída da coligação com o PTB. Mas a votação ocorrida entre 9h e 13h no Corinthians deu vitória ao presidente atual, Ilmor Vianna e sua proposta “Pró Kelly e Campis”.
Foto: Rolf Steinhaus
O coordenador regional do PDT VRP, Bruno Faller, na votação
Final de ciclo
O ex-presidente do PMDB, Luís Fernando Barbosa, anunciou, via Facebook, uma decisão pessoal: “Hoje encerro um ciclo em minha vida, que durou 18 anos. Serviu muito, obtive conquistas, conheci pessoas especiais, enfim, por um lado foi ótimo, porém também tive decepções enormes que me levaram a por um fim. Estou saindo fortalecido, com muita bagagem e vou tomar um fôlego. Mas voltarei ao cenário, em outro ciclo, com outras pessoas, outros parceiros, e desta vez tentando não cometer os mesmos erros de avaliação que cometi. Adeus ao meu PMDB!”
Promoção
O comandante Valmir José dos Reis, do 23º Batalhão de Polícia Militar, que abrange 24 municípios do Vale do Rio Pardo, foi promovido no dia 22, ao posto de Tenente-Coronel do Quadro de Oficiais da Brigada Militar. Reis (foto) é natural de Sinimbu, casado com Janine Trevisan, ingressou como cadete nas fileiras da Brigada Militar em 1987, é Especialista em Políticas e Gestão de Segurança Pública e autor de obras sobre o tema. Desempenhou diversas funções de chefia e comando, inclusive na Casa Militar do Gabinete do Governador. Desde que retornou para o Vale do Rio Pardo em 2007 está no comando do 23ºBPM. Uma série de ações comunitárias marcou o comando de Reis, entre elas a operação Convivência em Harmonia no Bairro Bom Jesus e a reestruturação da Sala de Gestão Operacional e Videomonitoramento.
Foto: assessoria comunicação 23ºBPM