Nos Bastidores – 75

Secretário estadual Ivar Pavan (PT) do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo – SDR esteve em Santa Cruz na tarde de ontem para o fechamento do Seminário Regional de Agroindústrias Familiares e Abastecimento, promovido por sua Secretaria, a Central de Abastecimento do RS – Ceasa e Emater/RS-Ascar, que debateu alternativas para a agroindústria familiar. Na ocasião ele anunciou o interesse do governo em criar pequenas centrais regionais de abastecimento, ou a ampliação das já existentes. “Queremos que no dia seguinte ao encerramento das feiras agrícolas os produtores continuem tendo onde comercializar sua produção”, externou Pavan. O governo tem R$ 18 milhões para investir nisso em 2013, seja em câmaras frias, caminhões, criação ou ampliação de espaços físicos. 

O excedente de cada região ainda ganha espaço na Ceasa de Porto Alegre para ser comercializado. “O governo só não vai comprar ou vender, é o produtor que organiza o seu produto”, pontuou o secretário.

 

 

No encontro, que contou com o apoio do Arranjo Produtivo Local – APL – Agroindústrias Familiares do Vale do Rio Pardo, foram debatidas a governança regional, elaboração de projetos, questões sanitárias e o Programa de Regionalização do Abastecimento e Comercialização da Agricultura Familiar. O seminário que se estendeu durante toda a segunda-feira, no CTG Tropeiros da Amizade, contou com a participação de dezoito municípios da região.

O Coordenador do Seminário, engenheiro agrônomo Mauro Stein, explica que o evento, que contou com o envolvimento de agricultores, técnicos e representantes políticos da região, veio reforçar o diálogo sobre o tema. “O trabalho com as agroindústrias familiares e com as políticas públicas para o abastecimento da população oferece possibilidades concretas de acesso aos mercados e promove a diversificação de atividades produtivas, o que é uma necessidade para a região fumageira do Vale do Rio Pardo”, pontuou.

 

Após fechar o Seminário, Pavan participou, acompanhado do presidente da Emater, Lino de David, da reunião dos prefeitos da Amvarp, no Palacinho da Praça da Bandeira. “Sou um agricultor, acostumado a tomar decisões e mandar fazer. Agora quando tomo as decisões, apenas começa o processo. Tem certas coisas que nos matam de tanta demora nas etapas do processo”, ilustrou na sua linguagem rica e colorida, explicando aos prefeitos a morosidade das coisas. E reforçou: “o governo estadual não pode dar ordem ao governo federal, já ouvi muitas reclamações da Funasa por conta da morosidade na liberação das licenças para poços artesianos”, quando questionado pelo prefeito Mário Rabuske de Sinimbu.

 

 

“Nosso convênio com São Pedro está meio vencido: fiz um decreto de emergência em 5 de janeiro e agora renovei com mais outro e nada de acabar a estiagem”, declarou o prefeito de Boqueirão do Leão, João Davi Goergen, que também preside a Amvarp. Pavan, brincalhão, emendou: “Estou no meu primeiro ano de convênio e ele já não cumpriu conosco”.

 

O impacto da estiagem foi sentido por 372 municípios gaúchos, revelou o secretário do Desenvolvimento Rural – uma perda de R$ 6 bilhões em matéria prima, que com valor agregado viria a somar muito mais. Impacto na economia de pessoas, de municípios e do governo do Estado. O governo tenta fazer a sua parte e está investindo um total de R$ 153 milhões através da SDR, para diminuir o impacto da estiagem, anunciou o secretário.

 

 

Frente a isso o governo vem desenvolvendo um conjunto de ações curativas que inclui distribuição de cestas básicas, envio de caminhões pipa às áreas atingidas, a anistia de R$ 32 milhões à região produtora de milho, nos municípios que declararam situação de emergência, onde 40% da safra passa por programas do governo. Agora está sendo feito o cadastramento para o Cartão Estiagem, que rende um bônus de R$400 por família para aquisição de alimento humano, animal e/ou insumos, totalizando R$ 45 milhões a serem distribuídos entre os atingidos. Em julho o cartão estará nas mãos dos agricultores, previu Pavan.

 

Ivar Pavan confessou sua preocupação com o enorme abandonado que vem presenciando na área rural. Nos últimos dez anos, 266 mil agricultores saíram do campo. O tema infraestrutura no campo é urgente”, bradou. O setor rural precisa de investimentos, é o nosso grande desafio para o próximo período. “O campo está envelhecendo, os mais jovens já não têm cabelo”, ilustrou. Segundo ele, “a escola não forma para ser agricultor, forma para sair dali”. Esse é um dos motivos do grande êxodo rural.

O desgaste dos anos está explícito nas paredes do Salão Nobre do Palacinho da Praça da Bandeira. Enormes rachaduras se desenham em meio às fotos do ex-intendentes.

 

 

Afonso Schwengber (PSTU) deixa de concorrer à prefeitura e vai disputar vaga na Câmara. No seu lugar, Silvério Stölben (PSTU)concorre à majoritária. Seu vice será escolhido esta semana em negociações com o PSOL.

 

O Ministério Público do Trabalho em Santa Cruz do Sul, e o Ministério Público do RS, promovem a audiência pública “Fumo em Ambientes Fechados”. O evento acontece hoje, 26, às 15h, no anfiteatro do bloco 18 da Unisc. O objetivo é exigir o cumprimento da lei, evitando danos à saúde dos trabalhadores, prejuízos à saúde dos consumidores e evitar a prática de poluição atmosférica. A atividade conta com palestras da procuradora do Trabalho Fernanda Estrela Guimarães, da advogada da Aliança de Combate ao Tabagismo, Adriana Pereira de Carvalho, da médica do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador da Região dos Vales (Cerest/Vales), Adriana Skamvetsakis, e da promotora de Justiça do município, Nádia Baron Ricachenevsky.

Amanhã, 27, às 9h, a Alliance One inaugura seu novo Centro Administrativo em Venâncio Aires. Na cerimônia, o diretor Regional – América do Sul, Alexandre Strohschoen, autoridades, convidados e imprensa. O ato marca oficialmente a centralização das operações da empresa no município, anunciada em outubro do ano passado. Com a instalação do Centro Administrativo e do Pólo Logístico no município, a Alliance One reforça sua presença em Venâncio Aires, consolidando-se como uma das maiores empresas na geração de impostos e empregos.

 

Está sendo feito um suspense tão grande em relação aos show da Oktoberfest deste ano – a serem divulgados na sexta-feira, 29, durante o coquetel com as candidatas à soberana – que nem mesmo a prefeita Kelly Moraes sabe quais são. Ele concorda com a medida e se diverte com a situação. Melhor não saber para evitar a pressão dos repórteres, não é mesmo prefeita?

O cenário da corrida eleitoral pela Prefeitura de Porto Alegre vai se desenhando. Sete candidatos estão na disputa: o prefeito José Fortunati (PDT) que concorre à reeleição, a deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB), o deputado e presidente da Assembleia Adão Villaverde (PT), Wambert Di Lorenzo (PSDB), Roberto Robaina (P-Sol), Érico Corrêa (PSTU) e Jocelin Azambuja (PSL). Fortunati tem mais tempo no horário eleitoral gratuito de rádio e televisão – quase dez minutos, além da mais ampla coligação – dez partidos. Ele e Manuela d’Ávila são os melhores colocados nas pesquisas de intenção de voto.

 

Mais uma vez os interesses econômicos foram priorizados sobre as necessidades sociais – milhões de crianças deixam de assistir desenhos animados para navegar na internet ou nos games. Vai-se o último vínculo com a infância e novos adultos vão se formando… aos 4 anos de idade. A decisão da rede Globo de cortar a programação infantil na semana para por no ar o inovador e caro espaço com a Fátima Bernardes chocou educadores e pais. Nem todos têm TV a cabo em casa e, em muitas localidades sem antena retransmissora, pega apenas sinal da RBS. Lamentável, mas a adultização infantil, com essa, ganhou novo impulso.

 

O presidente da Câmara, Marco Maia, adiantou que uma das propostas que pode ser votada esta semana é a flexibilização do horário da Voz do Brasil (PL 595/03). O projeto libera as emissoras comerciais e comunitárias a transmitir o programa entre as 19h e às 22h– atualmente, o horário obrigatório é das 19h às 20h.

 

O Brasil e demais nações da América do Sul decidiram suspender o Paraguai do  Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas – Unasul, até as eleições presidenciais em abril do ano que vem. A ideia é uma resposta ao impeachment relâmpago do presidente Fernando Lugo ocorrido na sexta, 22. Os países vizinhos querem desencorajar processos semelhantes em outros parceiros da região. Um encontro para decidir o destino imediato do Paraguai acontece na próxima sexta, em reunião do Mercosul, na Argentina. O Paraguai deve ficar de fora, mas seu novo chanceler já disse que quer ir para explicar a crise em seu país.