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Nos Bastidores – 60

Esboço do viaduto está na mão

As lideranças locais pressionaram e o governo, através do Secretário dos Transportes, autorizou o Daer a encomendar a Santa Cruz Rodovias, um estudo da questão e a elaborar um projeto para resolver de vez a situação do trevo do Fritz e Frida. O engenheiro Luiz Eduardo Fonseca, diretor gerente da Concessionária, alertou que o problema do local não é a travessia da RSC 287, é o acúmulo de carros em horários específicos, portanto uma rótula como vinha sendo cogitado, não resolve. Ele apresentou um esboço feito em cima de imagem do Google com um dispositivo de rampas de travessia e várias alças – são 200 metros de comprimento de rampa a rampa, 10 metros de largura e 5,5m de altura do vão livre.

Foto: Arte Santa Cruz Rodovias sobre Google
Projeto prevê dispositivo com 200 metros de rampa à rampa, entre as ERS 418 e o acesso Grasel, mais várias alças de retorno
 
“Se ressarcir, eu faço”
O projeto será apresentado ao diretor de Concessões do Daer, Cléber Domingues, pelo engenheiro Luiz Eduardo Fonseca (foto), da Santa Cruz Rodovias em reunião que está sendo agendada. O problema maior não parece ser como solucionar os congestionamentos – o projeto está aí e parece eficaz -, mas sim, quem vai pagar a conta. “Eu faço o projeto e faço a obra, mas quero ser ressarcido”, pontua Fonseca. “Se o Estado autorizar eu construo – são dois meses de programação e sondagem do terreno e mais seis meses para levantar o viaduto”. Fonseca teme a morosidade dos trâmites estatais, onde apenas o edital para licitação da duplicação da RSC 287 até Venâncio levou dois meses para sair.
 
Foto: Mara Pante
 

Quem paga a conta
Se a concessionária está animada em realizar a obra, orçada por altos em torno de R$ 18 a 20 milhões, o governo terá que estudar formas de pagar. Pode ser da maneira menos desejada pelo usuário, que seria aumentando as tarifas como forma de aumentar a receita. Pode ser também o Estado diluindo a dívida em alguns anos até quitar. Tudo vai depender das negociações entre a Santa Cruz Rodovias e o Daer. O custo do projeto prevê, além do dispositivo propriamente dito, no modelo ponte estaiada, estrutura suspensa por cabos de aço, as alças de acesso, iluminação, elaboração do projeto e desapropriações que se façam necessárias.
 
 
Situação de emergência ou chuva?
Vem chuva nos próximos dias. A previsão é de que na quarta-feira, 23, ela chegue ao Vale do Rio Pardo e perdure em pancadas isoladas até a sexta-feira. A responsável pela chuvinha providencial, mas não resolutiva ainda, é a frente fria que está semi-estacionária entre o Centro e o Norte da Argentina e começa a avançar sobre o Estado hoje, já trazendo chuva para as fronteiras Sul e o Oeste até o final do dia. 
 
Quarta-feira definitiva
O levantamento da Secretaria da Agricultura e da Emater fica pronto na quarta-feira, dia previsto para a chegada da chuva, ainda que em pouca quantidade. Mas pode mudar o cenário e o coordenador da defesa Civil, José Osmar Ipê da Silva, não decretar mais situação de emergência.
 
Foto: Rolf Steinhaus
Rio Pardinho se ressente da falta de chuva, leito está exposto em grandes extensões
 
 
Tabaco energético 
O Jornal do Comércio noticiou ontem, 21, que o grupo italiano Sunchem e a gaúcha M&V Participações realizam em Rio Pardo testes com o chamado tabaco energético. A planta não pode ser utilizada para a produção de cigarros, mas pode ser aproveitada para a fabricação de óleo vegetal e, consequentemente, de biodiesel ou bioquerosene de aviação. Ainda propicia subprodutos como biomassa para geração de energia e ração animal. A semente foi desenvolvida pela empresa italiana de biotecnologia Plantechno. 
 
Pouca nicotina, rico em óleo
Já em 2003 foi aprimorada uma variedade com características únicas no gênero: baixíssimo teor de nicotina e rica em óleo. Em 2007, a Plantechno e a Idroedil criaram a Sunchem e passaram à fase de provas em escala mundial. Experiências foram realizadas na Itália, Egito, Estados Unidos, Namíbia, Senegal e Costa do Marfim. No ano passado, a Sunchem e a M&V resolveram conduzir testes no Brasil.
 
Foco na produção em escala comercial
No ano passado, o tabaco energético foi plantado em 10 hectares em Rio Pardo e a primeira colheita acontece agora em junho. O economista Sérgio Campos de Morais acredita que em 2013 será possível atingir um patamar para produzir em escala comercial. Morais, que já foi produtor de soja e arroz em São Gabriel e presidente do Grupo CEEE durante o governo de Yeda Crusius, será o CEO da Sunchem South Brazil (que deve ser formalizada até junho, com sede em Porto Alegre). A companhia assumirá a responsabilidade do projeto no País. (Fonte: Jefferson Klein/Jornal do Comércio)