Por: Ricardo Gais
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Um dos maiores hospitais da região do Vale do Rio Pardo comemora neste mês de setembro seus 65 anos de história, visando ser reconhecido pela excelência na prestação de serviços em saúde, pela comunidade, médicos e talentos internos. Localizado em Santa Cruz do Sul, sua trajetória começa em 12 de setembro de 1955, quando a Sociedade Caritativa compra o Hospital Arroio Grande, diante da oferta do proprietário Dr. Ingo Ebert.
Desde então o hospital passou por restruturações, ampliações e modernizações. Atualmente, a estrutura do Hospital Ana Nery é composta pelo Centro de Oncologia Integrado, Radioterapia e IMRT (Radioterapia de Intensidade Modulada), Centro Médico de Especialidades, Medicina Hiperbárica – Centro de Tratamento de Feridas, Medicina Genética, Angiocardio Ana Nery, Laboratório de Análises Clínicas e três Postos de Coleta, Solar Ana Nery, Gestão da UPA, Gestão da Casa de Saúde, Centro de Endoscopia – Clínica da Dor, Moderno Centro Cirúrgico, Pronto Atendimento – adulto e pediátrico e CTI, Banco de Perucas e Acessórios para pacientes da Oncologia e Sustentabilidade – energia solar.
Quem conta mais sobre a história de sucesso do Hospital Ana Nery, que busca oferecer soluções em saúde, desenvolvendo ações humanizadas e integradas, visando o crescimento autossustentável, é o diretor executivo da casa de saúde, Gilberto Antonio Gobbi.
Riovale Jornal
– De onde surgiu a ideia da criação do Hospital Ana Nery?
Gilberto Antonio Gobbi
– O Hospital Ana Nery
foi inaugurado em 1955, mas sua história teve início em 1951, quando começou a
ser idealizado pela Comunidade Evangélica de Santa Cruz do Sul. Na época, a
união de forças para construir a casa de saúde tinha a finalidade de suprir a
carência na área da saúde, melhorando os serviços na região e foi com este
propósito que a Comunidade Evangélica fundou a Sociedade
Caritativa Beneficente Ana Nery, em 4 de março de 1951. A ideia inicial
era a de construir um hospital totalmente novo, mas como o projeto idealizado
era de alto custo, a Sociedade enfrentou dificuldades para dar prosseguimento a
esta proposta. Até que no dia 12 de setembro de 1955, em Assembleia
Extraordinária, a direção resolveu comprar o Hospital Arroio Grande, então de
propriedade do médico Ingo Ebert. Assim surgiu, há 65 anos, o Hospital Ana Nery
de Santa Cruz do Sul.
RJ – Qual a especialidade do HAN atualmente?
Gilberto – Desde sua inauguração, graças ao apoio
da comunidade, do meio empresarial e dos poderes públicos, a instituição vem
passando por uma série de reformas e ampliações estruturais. Isso reflete não
apenas no aspecto físico, mas no conceito, na filosofia de ser um hospital que
a cada ano torna-se mais preparado para atender casos complexos, com
resolutividade, qualidade e humanização. Os princípios dos fundadores foram
alicerçados e impulsionaram o crescimento do Ana Nery, que atualmente está
consolidado como um centro de referência em oncologia, para 33 municípios do
Vale do Rio Pardo, Centro Serra e algumas cidades da região Carbonífera. A
proposta do hospital é oferecer a todos os seus clientes saúde com qualidade,
aliando tecnologia, conforto e humanização.
RJ – Nesses 65 anos, o hospital já viveu algo parecido com a Covid-19? Como o a casa de saúde se adequou a este novo vírus?Gilberto – Em 65 anos, já enfrentamos diversos desafios, financeiros, principalmente. Dos anos seguintes à nossa fundação até o início dos anos 90 foram muitas crises, algumas culminaram em greve de funcionários, inclusive. Passamos por um período com situação estável e por volta de 2014-2015 os atrasos de repasses do governo agravaram a situação de muitos hospitais, dentre eles o Ana Nery. Mesmo com esses problemas, nos desafiamos e investimos em novos serviços o que felizmente nos trouxe resultados positivos. A pandemia está sendo algo novo e muito desafiador para muita gente e muitas empresas. Aqui no Ana Nery não foi diferente. No início da pandemia, o cancelamento de procedimentos não urgentes provocou uma redução na receita. Em meio a isso, tivemos um aumento exponencial nos gastos com EPIs, tivemos que reorganizar as equipes de trabalho e fazer mudanças internas em nossa estrutura, para que fosse possível atender casos de Covid-19 sem colocar em risco os demais pacientes. Algumas mudanças na rotina, como por exemplo o cancelamento das visitas, também foram necessárias. Cuidados redobrados com higienização dos ambientes e distanciamento controlado também foram medidas adotadas.
RJ – Quantos
leitos e funcionários o HAN tem disponível em toda a sua estrutura?
Gilberto – Temos 74 leitos de internação, divididos em três
unidades de internação (Pinheiros, Tipuanas e Jacarandá) e sete leitos no
Centro de Terapia Intensiva. Atualmente temos 605 colaboradores. Os médicos que
atendem no hospital não são contratados pela instituição. Temos em média 260
médicos compondo nosso Corpo Clínico.
RJ – Como a
implantação de um Oncocentro facilitou a vida da comunidade santa-cruzense?
Gilberto – A inauguração do Oncocentro e,
alguns anos depois, a chegada do serviço de Radioterapia e fundação do Centro
de Oncologia Integrado foi um fato marcante para o Hospital Ana Nery e também
para a comunidade de Santa Cruz e região. Antes de termos o serviço disponível
no hospital os moradores tinham que se descolar até Porto Alegre e região
metropolitana para realização de consultas, alguns exames e tratamento
oncológico. Felizmente, o Oncocentro, inaugurado em junho do ano 2000, trouxe alívio
e facilitou a rotina dos pacientes.O COI tem como compromisso oferecer
atendimento humanizado e de excelência contra o câncer, passando pela
prevenção, diagnóstico, cirurgia, quimioterapia, imunoterapia, anticorpos
monoclonais e radioterapia.
RJ – Como diretor do Hospital Ana Nery, o que acha
que ele representa para Santa Cruz e região?
Gilberto – A História do Hospital Ana Nery se confunde e
se integra com a história de nossa cidade em todos os aspectos, mas
principalmente em termos de crescimento, de qualidade, de carinho, de dedicação
e de bons exemplos. Nascemos do anseio de nossa população em ter um hospital
qualificado para seus atendimentos e que tivesse além da tecnologia uma forte
ênfase na humanização. Passamos por dificuldades e decepções, mas o que era um
singelo hospital localizado longe “do Centro”, se desenvolveu e extrapolou as
fronteiras do bairro, da cidade e da região, se tornando um Hospital respeitado
no Estado inteiro, aliando como poucos, a melhor tecnologia e a humanização
necessária. Hoje, somos responsáveis pelo atendimento oncológico de 33
municípios, de Coordenadorias Regionais de Saúde diferentes, com alta
satisfação de seus clientes, pois praticamos quilo que nos propomos, ou seja,
saúde com qualidade. Assim é o Ana Nery, um Hospital tecnológico, inserido na
comunidade, cercado de natureza e inundado de emoções positivas emanadas de
nossos clientes, corpo clínico e funcionários, que formam a tríplice aliança
que fortifica nossas ações e que estão tão bem representados em nosso logotipo.
RJ – Haverá novidades para no hospital?
Gilberto – Ao longo dos últimos anos, temos buscado novos serviços e melhorias em todos os aspectos, como forma de nos mantermos atualizados tecnologicamente e poder suprir as lacunas que ainda não preenchíamos. Com esse intuito é que em breve estaremos colocando à disposição de nossos clientes o novo Acelerador Linear, agregando ainda mais tecnologia e novos tratamentos em Radioterapia. Também estamos em fase final de obras para disponibilizar as Câmaras Hiperbáricas, com tecnologia importada, não disponível no Brasil, proporcionando maior segurança nos tratamentos de oxigenioterapia. Outra obra que consideramos de muita relevância aos nossos clientes é nosso estacionamento, que está em obras, mas que em breve estará à disposição de nossos clientes, com mais comodidade e segurança a todos. Também entendemos como importante, a disponibilização de um espaço onde será instalada uma farmácia externa, onde nossos clientes terão a oportunidade de adquirir aqui seus medicamentos no pós-alta, com toda a comodidade possível. Esta obra está pronta e muito em breve a farmácia estará funcionando. Também estamos formatando uma parceria com o Centro Radiológico Radson, para oferecer exames por imagem e temos um projeto para ampliação do nosso Centro Cirúrgico, Centro de Material e Esterilização e Sala de Recuperação pós-cirúrgica. Esperamos muito em breve podermos iniciar as obras.
