Início Esporte Na pista e na vida, sempre correndo atrás dos seus sonhos

Na pista e na vida, sempre correndo atrás dos seus sonhos

Atleta Jaqueline Weber terá temporada intensa em 2023, com um grande objetivo: competir em Paris no ano que vem

Fotos: Arquivo pessoal
Preparação para temporada deste ano já começou em
novembro de 2022, com 10 a 12 sessões de treinos por semana

Luísa Ziemann
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Dizem que os olhos do ser humano brilham ao falar do que se ama. Sendo assim, os de Jaqueline Beatriz Weber, de 27 anos, resplandecem quando o assunto é atletismo e a força do esporte em sua vida. Nascida em Teutônia, mas radicada em Santa Cruz do Sul, a atleta da AMO/Miller/Certel/Languiru, é assumidamente apaixonada por corrida. Já são quase 17 anos de sua vida dedicados a treinos, pistas e competições ao redor de todo o mundo.


O início dessa história de amor foi ainda na infância, no Colégio Teutônia, onde Jaqueline teve o primeiro contato com o atletismo. “Eu sempre fui uma criança muito serelepe, muito ativa, então meus pais me colocaram em diversas escolinhas esportivas no turno inverso à aula. Fiz vôlei, futebol, atividades culturais como coral também. E, claro, atletismo”, conta. “Desde muito nova eu logo me destaquei. Comecei com 10 anos de idade e já no primeiro ano venci diversas provas na categoria iniciantes. Aos poucos a brincadeira de criança foi ficando mais séria.”


Ainda durante o período escolar, Jaqueline participou de competições nacionais e trouxe as primeiras medalhas da carreira para casa. “Isso despertou o interesse do professor Jorge Peçanha, que me convidou para morar em Santa Cruz, usufruir de uma bolsa de estudos na universidade da cidade e constituir minha carreira esportiva sendo conduzida por ele”, relembra a atleta, que desde 2013 mora em Santa Cruz e desde 2015, quando o projeto de atletismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) se encerrou, faz parte da Associação Medalha de Ouro (AMO) – projeto idealizado por Peçanha. Nesse mesmo ano, a atleta foi campeã brasileira na categoria juvenil nas provas de 1500m e 3000m rasos. “Venci as duas, no mesmo campeonato, e esses foram os primeiros grandes títulos nacionais da minha carreira.”


Desde então a atleta coleciona medalhas e muitos momentos marcantes. “Cada conquista tem uma história e cada história é recheada de muitas lutas, de muita dedicação, resiliência e também de turbulências. Por muitas vezes alcançamos as glórias e em outras não, isso faz parte do esporte”, salienta. “Tive muitos momentos especiais, principalmente no último ano. Fui medalha de prata e bronze nos jogos Sul-Americanos, em Assunção, no Paraguai. É um grande evento, que reúne todos os esportes. Tive a oportunidade de dividir espaço com várias feras do esporte, com os melhores. E consegui trazer essas medalhas para o Brasil, inclusive melhorando minha marca pessoal nos 1500m.”
Agora, o momento exige foco total na temporada 2023. “A preparação já começou em novembro de 2022, são cercas de 10 a 12 sessões de treinos por semana. É a fase onde plantamos o que esperamos colher nas competições que acontecem a partir de abril”, destaca a atleta. “Em março eu viajo para Colômbia, onde ficarei por cerca de 20 dias realizando treinamentos em altitude, para melhorar ainda mais a minha capacidade cardiorespiratória.”


Além disso, esse ano será ainda mais importante para Jaqueline, já que ele antecede os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. Mas, antes disso, a agenda da atleta já está lotada de competições para 2023. “Temos ainda nessa temporada, além dos campeonatos nacionais, uma turnê de competições na Europa, entre maio e junho; o Campeonato Sul-Americano, em junho; o Campeonato Mundial de Atletismo, em julho, e, ainda, talvez o evento mais importante do ano, que são os Jogos Panamericanos, em novembro.”

Meta é chegar aos Jogos Olímpicos de 2024

Com os olhos voltados para as grandes competições mundiais, Jaqueline trabalha com determinação para chegar ao Panamericano. “Eu quero muito representar o Brasil nesse campeonato, ele só é menor que os Jogos Olímpicos”, destaca. A atleta explica que ainda não está classificada para os Jogos Olímpicos de 2024. “No atletismo não existe ninguém qualificado até o momento, a corrida olímpica para Paris começa em junho. Existem duas formas de chegar lá: através do índice mínimo ou do ranking mundial de pontuação. O índice mínimo é uma marca estabelecida pela Federação Internacional de Atletismo de 1min59s. Então, é preciso alcançar, no período de junho de 2023 a junho de 2024, essa marca para ser qualificada. E a outra forma é a pontuação no ranking mundial, onde eu devo estar, até junho de 2024, entre as 48 melhores do mundo nas provas dos 800m rasos ou dos 1500m rasos.”


É claro que disputar os Jogos Olímpicos é o grande momento na carreira de todo esportista. No último ano, Jaqueline chegou perto: ficou em 63º lugar no ranking mundial. “Preciso manter uma constância de resultados, alcançar mais vezes a casa dos 2min02s nos 800m para garantir essa vaga. Esse é o grande objetivo da minha vida”, destaca a atleta. “Estamos trabalhando muito para alcançar isso e representar o Brasil no maior evento esportivo do mundo. Trabalhar por isso já é uma realização, pois estou fazendo o que eu amo.”