Luciana Mandler
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Osmar Rodrigues tem 36 anos e é natural de Vale Verde. Diariamente passa, em média, 7h30 dentro de um ônibus e percorre entre 250 a 300 quilômetros. Ficou curioso para saber o porquê ele fica horas na estrada em um coletivo?
É porque Rodrigues é motorista de ônibus. Profissão que escolheu e sempre sonhava em seguir. O amor pela direção não vem à toa. De quatro irmãos, três – incluindo Rodrigues -, são motoristas. “Meus irmãos também são motoristas então um tem orgulho do outro aqui”, conta alegre. “Todos na lida diária. Para nós é muito gratificante. Um orgulho mesmo ter essa profissão”, acrescenta. Quem também tem muito orgulho é a filha de 11 anos, Hellen Rodrigues.
O valeverdense tem carteira de habilitação há 15 anos, porém, há oito que exerce a função de motorista profissional. Antes disso, trabalhou por dois anos como cobrador na empresa Expresso Sinimbu. “Fui chamado para a função de cobrador, efetivei. Nos três primeiros meses já fiz carteira para motorista de ônibus”, recorda. “Por já estar no ramo dei sorte. Depois de dois anos na empresa surgiu a vaga de motorista para mim e eu agarrei com as duas mãos. E graças a Deus estou lá até hoje”, comemora.
O motorista sempre se espelhou em bons profissionais, observando boas atitudes e boas formas de agir. “Sempre achei uma profissão bonita, profissão que ajuda muita gente… Aí fui tomando gosto”, revela. Há 10 anos que sua vida, assim como sua rotina mudou. Diariamente, Osmar Rodrigues acorda 5h30 para sair de casa às 6h. O motorista faz a linha Vale Verde/Santa Cruz pela empresa Expresso Sinimbu. Além de transportar os passageiros até a terra da Oktoberfest, o profissional permanece durante o dia na cidade, fazendo, inclusive, outras rotas, em que transporta funcionários de algumas empresas como metalúrgica, fumageiras, dentre outras. O retorno para casa ocorre às 19h30, depois que volta para a cidade natal, onde também regressam os passageiros.
Embora hoje a categoria esteja desvalorizada, em termos de salário defasado, conforme Osmar Rodrigues. Ele tem orgulho do que faz, pois a função sempre foi vista com muito respeito e educação. “Eu gosto do que faço. Amo o que faço”, destaca. “A recompensa é o carinho que recebo dos passageiros”, alegra-se.
Segundo o profissional, nem todos passageiros compreendem a sua função, “alguns acham que têm que ser como eles querem, mas não é”, comenta. “Mas a recompensa é o carinho que temos. Fim de ano ganho alguns mimos de passageiros que viajam diariamente”, conta. “Isso é a recompensa e a satisfação de estar fazendo tudo direitinho, corretamente, do jeito que é para ser”, reflete. “Me esforço ao máximo, faço o meu melhor para que os passageiros fiquem satisfeitos”, completa.
Para Osmar Rodrigues é um compromisso e responsabilidade que tem com seus passageiros. “Geralmente transporto 40 pessoas e eu sou responsável pelas vidas delas e por chegarem bem no trabalho, assim como retornarem em segurança para suas casas. Temos que ter muita atenção, ainda mais neste trânsito de hoje, que está caótico”, diz. Assim, para o motorista, o maior desafio é ter muita paciência e, principalmente, atenção ao trânsito. “É um desafio diário se manter concentrado e levar com segurança os passageiros”, frisa.
Por fazer a mesma linha há 10 anos, para Osmar foi fácil criar amizades. “Todo mundo te conhece por nome”, sublinha. “Eu conheço, praticamente, meus passageiros um por um pelo nome”, orgulha-se. Para ele, são mais do que passageiros, são amigos que transporta diariamente.