Guilherme Athayde
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A música, como toda arte, tem por característica mexer com os sentimentos das pessoas. O ensino da música, por consequência, é um desafio ao professor, de despertar no aluno a melhor forma de reproduzir os sons do instrumento desejado.
Para Diego Maracci, instrutor de música há 20 anos, baterista e proprietário da Batera´s School, escola de música de Santa Cruz do Sul, o ensino é também um aprendizado e o músico é um profissional que necessita estar em constante evolução.
Além de fazer o papel de professor, Diego comenta que o profissional da música é acima de tudo, um eterno estudante.
“Cada pessoa reage de uma forma à música. Vai trazer qualquer tipo de lembrança, boa ou ruim. Cada um tem uma velocidade de aprendizado. Eu, por exemplo, logo que comecei, na primeira metade dos anos 90, até hoje, se eu vou estudar uma coisa nova, eu tenho a necessidade de sentar na bateria, com muita calma, e ir aperfeiçoando aquilo. Com os alunos, para alguns, desde a primeira aula eu já vou com a parte teórica junto. Tu mostrou, ele sentou (na bateria) e já consegue assimilar. Têm outros que sentem dificuldade de assimilar e reproduzir”, ressalta.
Diego também comenta que o ensino e o aprendizado da música têm algumas dificuldades peculiares, com a necessidade da aquisição do instrumento, e de tempo e local adequado para estudo.
“Na bateria é difícil, mais da metade não tem bateria em casa. É um instrumento caro. Outras vezes a pessoa mora em apartamento. Às vezes tem só um horário minúsculo durante o dia pra tocar. Então, o aluno vem pra cá pra pegar a ideia e aperfeiçoar no seu instrumento em casa. A gente mostra o norte”.
O baterista revela que o ensino da música não foi algo premeditado. Ele lembra que, quando mais jovem, a única intenção era tocar seu instrumento favorito.
Eu comecei, aprendi a tocar com 15 anos. Nunca pensei naquela época, viver de música, muito menos ser professor ou ter uma escola de música. Eu só queria tocar. E a banda a gente levava muito à sério. A música foi tomando conta da minha vida, fiz faculdade, sou formado em direito, tentei exercer, mas a bateria já estava ocupando 90% da minha vida. Tentei exercer, mas não consegui, não por falta de oportunidade, mas não era aquilo que eu queria. A paixão sempre foi a bateria. Ao mesmo tempo, não era intenção dar aula, eu queria ser instrumentista. Mas foram aparecendo pessoas que queriam aprender”.
Entre seus “mestres” na bateria, Diego cita grandes músicos que são referências, como o santa-cruzense Astor Rocha, que foi seu primeiro professor. Diego também fez aulas com Vanei Bertotto, além de aulas com bateristas de renome que já passaram pela Batera’s School para ministrar cursos como Ricardo Arenhaldt, Matheuzinho Schuch, Zé Montenegro, Kiko Freitas e Aquiles Priester. Já entre suas referências na bateria, Diego cita Neil Peart, Dave Weckl, China de Castro, Eduardo Cubano, entre outros profissionais.
A Batera´s School atende alunos de todas as idades, e com uma grande variedade de opções de instrumentos. Além de Diego Maracci, que dá aulas de bateria, a escola tem também os músicos Lucas Kist, “que dá aula de tudo”, segundo Diego, Marco Antonio Machado, o “Dru”, que ensina violão/guitarra/contrabaixo, e Ricardo Radtke, com aulas de piano e teclado.
“Eu me considero instrutor de música, alguém que quer aprender as coisas que transmite. Eu tenho mais experiência que o aluno, então eu transmito. Mostrar, dar aulas é gratificante, porque a gente ensina e aprende. Então, eu estou estudando ao mesmo tempo. É gratificante ver o aluno te procurar e evoluir. O músico profissional é um eterno estudante, pois o conhecimento de música é infinito”, define Diego.
Para quem quiser conferir mais o trabalho da escola, a Batera’s School, fica na Rua Senador Pinheiro Machado, 273, em Santa Cruz do Sul. O telefone é o 3053-1249.