Everson Boeck
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Desde que o Hospital Santa Cruz (HSC) está oficialmente apto a receber recursos do Governo do Estado, no dia 3 de setembro, através da Porta de Entrada para Urgência e Emergência, esta foi a primeira vez que as entidades responsáveis por implementar o serviço se reuniram para avaliarem e analisarem o fluxo de atendimento nestas primeiras semanas. O encontro aconteceu na 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) na terça-feira, 23, com a participação dos representantes dos municípios abrangidos e do Hospital Santa Cruz (HSC).
O diretor administrativo do HSC, Egardo Orlando Kuentzer, explica que a reunião teve como finalidade estabelecer o fluxo de encaminhamentos. “Durante estas primeiras semanas nós fizemos alguns ajustes necessários para que o serviço funcionasse bem e, agora, precisávamos deste encontro para estabelecermos em conjunto com os municípios quais os casos que devem ficar nas localidades e os que devem ser encaminhados para o HSC e como isso deve ocorrer”, aponta.
Conforme o diretor técnico do HSC, Dr. Marcelo Carneiro, quando houver dúvidas para onde o paciente deve ser encaminhado, a avaliação se dará de ‘médico a médico’. “Quando houver dúvidas, o médico que estiver atendendo o paciente ligará para o HSC e discutirá comigo ou outro médico onde e como o caso será encaminhado”, explica. Carneiro também assegura que os gestores dos municípios contribuíram para que o fluxo fosse bem definido. “Todos colaboraram, não houve objeções e o fluxo ficou bem delineado”, sublinha.
A titular da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, Eliana Giehl, assegura que o resultado da reunião é positivo. “Reforçamos que o HSC é exclusivo Porta de Entrada para Urgência e Emergência e os atendimentos mais simples ficam nos municípios. O HSC também é referência em alta complexidade em cardiovascular e traumatoortopedia e são nestas habilitações que o serviço tem que ser focado quando houver casos pertinentes a ela. É claro que se houver uma parada respiratória ou um AVC, por exemplo, são emergências e devem ser encaminhados para cá, mas os médicos é quem discutirão”, informa. “Esses encontros deverão acontecer a cada 90 dias para termos um monitoramento constante”, acrescenta.
A habilitação do hospital atende Santa Cruz do Sul e os municípios de Vale do Sol, Vera Cruz, Sinimbu, Candelária, Herveiras e Gramado Xavier, através da Porta de Entrada nos serviços de Urgência e Emergência. O valor mensal a ser repassado pelo Estado – de R$ 300 mil – poderá ter um acréscimo de R$ 28 mil devido à abrangência do atendimento das Estratégias de Saúde da Família (ESF) assistidas pelo Hospital. “Como houve a adesão desses municípios, aumentou também a cobertura. Baseado na média dessa cobertura é que será dado este aumento”, informa Eliana.
A habilitação da Porta de Entrada Hospitalar Porte II, ao qual o HSC está habilitado, representa um importante atendimento à região, conforme Eliana. “Cerca de 210 mil habitantes poderão ser atendidos através de duas alta-complexidades – cardiovascular e traumatoortopedia. Estas eram as exigências para a habilitação e o HSC atende aos requisitos, pois disponibiliza estas duas referências”, pontua.
Everson Boeck
Municípios abrangidos pelo serviço, HSC e 13ª CRS se reuniram na tarde de
terça-feira para analisar as primeiras semanas do fluxo da
Porta de Entrada de Urgência e Emergência
Valores repassados
A Portaria n.º 918/2014 que define o repasse dos recursos financeiros da Política de Incentivo Estadual à Qualificação da Atenção Secundária e Terciária em Saúde (PIES-AST) aos hospitais situados em municípios sob gestão municipal e hospitais públicos foi publicada no Diário Oficial no dia 3 de setembro. Até o final do ano deve ser repassado para o HSC R$ 1.312.500,00 em quatro parcelas, sendo a primeira, no valor de R$ 525.000,00, já disponível até o final deste mês, e as outras três parcelas do Exercício de 2014 no valor de R$ 262.500,00. Em síntese, os recursos financeiros são oriundos da política de incentivo estadual à qualificação do atendimento em saúde.
Conforme a Resolução 373/13, são portas de entrada hospitalares os serviços de saúde, instalados em uma unidade hospitalar para prestar atendimento ininterrupto ao conjunto de demandas espontâneas e/ou referenciadas da Rede de Urgência e Emergência e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), especificamente.
Pelo contrato assinado pela Prefeitura e Apesc – pelo período de um ano – o hospital se habilitará a uma Porta de Entrada para Urgência e Emergência para captar recursos do governo federal e enquanto esses valores não fossem liberados o estado assumirá os repasses – R$ 300 mil ao mês, ou seja, R$ 3,6 milhões ao ano. Depois que a portaria estiver liberada pelo Ministério da Saúde, o Estado continuará complementando os recursos com R$ 150 mil ao mês e estes valores permaneceriam.