Morreu nesta segunda-feira, 8, aos 87 anos a ex-premiê britânica Margaret Thatcher, conhecida como Dama de Ferro. Primeira mulher a ocupar o cargo, ela teve um derrame no início da manhã
Margaret Thatcher nasceu em outubro de 1925, em Grantham, uma pequena cidade comercial no Leste da Inglaterra. Ela ocupou o cargo de primeira-ministra britânica por mais de 11 anos, entre 1979 e 1990.
Em dezembro do ano passado, Margaret Thatcher foi submetida a uma cirurgia para a retirada de um caroço na bexiga.
Thatcher foi uma das mais influentes figuras públicas do século 20. Seu legado teve um efeito profundo nas políticas de seus sucessores, tanto conservadores como trabalhistas. O estilo considerado radical e agressivo definiu os seus 11 anos no comando da Grã-Bretanha.
Durante seu governo conservador, milhares de britânicos conseguiram comprar casas populares e ações de empresas recém-privatizadas nas áreas de energia e telecomunicação. Mas sua rejeição à chamada “política de consenso” fez dela uma figura desagregadora, e a oposição ao seu governo culminou com rebeliões nas ruas e dentro de seu próprio partido.
Reprodução/RJ
Margaret Thatcher assumiu como primeira-ministra em maio de 1979: naquele mês, ela foi capa da revista norte-americana Time
Ela foi forçada a reduzir sua atuação pública em 2001, quando sua saúde começou a se deteriorar. Após sofrer uma série de pequenos derrames, seus médicos advertiram sobre aparições públicas, nas quais ela se revelava cada vez mais fragilizada. Além disso, Margaret Thatcher sofria de problemas mentais, que afetavam sua memória de curto prazo. Em 2003, seu marido Denis morreu aos 88 anos de idade.
Para seus críticos, ela foi uma política que colocou o livre mercado acima de tudo. Foi acusada por muitos de deixar que parte da população pagasse o preço por iniciativas que aumentavam o desemprego e geravam distúrbios sociais. Para seus simpatizantes, a ex-premiê reduziu o tamanho de um Estado inflado e a influência dos sindicatos, além de restaurar a força britânica no mundo.
Sua filosofia pode ser ilustrada por uma entrevista que deu em 1987. “Acho que passamos por um momento em que muitas crianças e pessoas foram levadas a crer que ‘se tenho um problema, cabe ao governo lidar com ele’. ‘Sou sem-teto, o governo tem de me dar uma casa’. Eles [as pessoas] jogam seus problemas sobre a sociedade, e quem é a sociedade? Isso não existe! É nosso dever cuidar de nós mesmos e então ajudar a cuidar de nossos vizinhos. A vida é um negócio recíproco, e as pessoas mantêm em mente os direitos, [mas] sem as obrigações.” (Paula Laboissière e Thais Leitão/Agência Brasil)